Após estragos causados pelas chuvas, Luziânia decreta estado de emergência
O prefeito de Luziânia, Célio da Silveira, decretou estado de emergência no município em razão do volume de chuva dos últimos dias. Pela segunda vez em pouco mais de um mês, casas foram inundadas e as famílias perderam móveis e eletrodomésticos. Ontem, Célio se reuniu em Goiânia com o governador de Goiás, Marconi Perillo, e secretários de Estado. Ele diz que os moradores afetados pelo transbordamento do Rio Vermelho receberão auxílio-aluguel de um salário mínimo por seis meses, tempo necessário para a realização das obras de canalização no bairro Rosário e no balão da Santa Luzia, no centro da cidade.
O investimento previsto é da ordem de R$ 9 milhões. Desses, R$ 2,4 milhões foram liberados e devem ser aplicados imediatamente para evitar novos transtornos. Famílias atingidas pela enchente dizem ainda não ter recebido a visita do prefeito e reclamam da falta de atenção das autoridades. Na manhã de ontem, o mecânico em refrigeração industrial Francisco das Chagas Madeiro, 50 anos, ainda limpava a casa repleta de barro.
O nível da água subiu 2,7 metros e estragou o carro de Francisco, além de televisores, aparelho de DVD, geladeira, freezer, equipamentos de refrigeração e instrumentos utilizados na profissão de Francisco, como furadeira e compressores. O prejuízo estimado é superior a R$ 30 mil. “Toda vez que dá uma chuva forte, a água vem e se acumula aqui. As manilhas para dar vazão à água são pequenas demais e isso é de conhecimento de todos há muitos anos, só que até agora a prefeitura não fez a canalização”, reclamou.
Francisco diz também não ter recebido nenhum auxílio-moradia ou cesta básica. “Não apareceu ninguém aqui para falar com a gente e perguntar o que estamos precisando. É uma omissão total”, desabafou o homem. Ao todo, 15 famílias estão em situação de risco e devem abandonar os lares até o período de chuvas passar.
O prefeito afirmou que desabrigados têm recebido assistência e disse estar à disposição para ajudá-los no que for preciso. Durante todo o dia de ontem, caminhões carregados de terra e retroescavadeiras trabalhavam no balão da Santa Luzia para tampar a cratera aberta na madrugada da última segunda-feira, após um caminhão carregado de tijolos afundar no local. “Todas as secretarias estão envolvidas e, por causa das chuvas, nós vamos, primeiramente, tomar medidas paliativas. No entanto, a Secretaria de Obras está tomando todas as providências para fazer a canalização”, garantiu Célio da Silveira.
Fonte: Correio Braziliense
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