Após passar por uma cirurgia de reconstrução dos ossos da face, na quinta-feira (6), a modelo Lorrane Melo, 27, baleada na cabeça durante um assalto, continua em recuperação no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com os médicos, a bala foi retirada e a paciente não teve lesões neurológicas, mas atualmente não enxerga do olho direito nem consegue movimentá-lo.
Segundo informou a equipe médica, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (7), a órbita ocular foi lesionada devido à alta temperatura da bala ao entrar no corpo da vítima. “No momento, ela está sem visão, mas não posso afirmar se isso é permanente ou não”, afirma o cirurgião o buco-maxilo-facial Euclides Barbosa.
Lorrane está internada na enfermaria do hospital com quadro clínico estável. A previsão dos médicos é de que ela receba alta entre cinco e dez dias e que a recuperação completa aconteça em cerca de três meses. Os fragmentos da bala alojados no céu da boca e língua foram totalmente retirados na cirurgia. O tiro atingiu a cabeça da modelo, acima da orelha direita, destruindo os ossos da têmpora, órbita dos olhos e cavidade bucal. Ela passará por exames oftalmológicos para definir se a lesão no olho é definitiva.
De acordo com Euclides Barbosa, a modelo demonstrou preocupação com possíveis lesões estéticas que possam prejudicar a carreira. “Ela me disse que cuidasse bem da face dela porque ela trabalhava com a face”, afirma Barbosa.O procedimento cirúrgico teve duração de cerca de três horas e meia e os ossos foram reconstruídos com enxerto de material sintético. Os médicos ainda não excluem a possibilidade de que a paciente tenha que passar por uma nova cirurgia, mas creem que ela vem tendo boa recuperação. “Há um tempo ela ainda ficava um pouco sonolenta pelo do tiro ter atravessado o cérebro, mas agora já está se recuperando bem, conversando adequadamente”, explica o neurocirurgião Marcos Spadoni.
O crime
O assalto em que Lorrane foi baleada aconteceu na noite do dia 27 de fevereiro no Setor Bairro Feliz, na capital, quando a modelo saía de casa dos sogros na companhia do filho e do noivo. O portão eletrônico da garagem já estava aberto quando a família foi abordada por três homens.
O assalto em que Lorrane foi baleada aconteceu na noite do dia 27 de fevereiro no Setor Bairro Feliz, na capital, quando a modelo saía de casa dos sogros na companhia do filho e do noivo. O portão eletrônico da garagem já estava aberto quando a família foi abordada por três homens.
Os pais do noivo estavam no andar de cima da casa e toda a família foi feita refém. Enquanto um dos criminosos vigiava a rua, outro recolhia pertences das vítimas. Um terceiro os ameaçava com uma arma. A ação durou cerca de 20 minutos e foi flagrada pelas câmeras de segurança da casa.
Durante a abordagem, o filho da modelo, de 1 ano e 4 meses, permaneceu na cadeirinha, dentro do carro. Lorrane, já deitada no chão da sala, pediu que o buscassem. O menino foi colocado no sofá por um dos criminosos e, depois, no chão. Mas a criança subiu nas costas da mãe.
Instantes depois, o assaltante com a arma efetuou o disparo que atingiu a cabeça da modelo. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hugo. O bebê não ficou ferido.
Tiro acidental
Após o disparo, os assaltantes fugiram, levando alianças, um relógio e um celular das vítimas. Na fuga, um deles deixou cair um celular no jardim. Com o aparelho, a polícia teve acesso a fotos e ao telefone da casa da mãe de um dos criminosos, com quem os policiais localizaram o endereço de um deles. Com a pista, o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) encontrou e conseguiu prender um dos suspeitos.
Após o disparo, os assaltantes fugiram, levando alianças, um relógio e um celular das vítimas. Na fuga, um deles deixou cair um celular no jardim. Com o aparelho, a polícia teve acesso a fotos e ao telefone da casa da mãe de um dos criminosos, com quem os policiais localizaram o endereço de um deles. Com a pista, o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) encontrou e conseguiu prender um dos suspeitos.
O homem foi encaminhado à Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), onde confessou ter sido o autor do disparo que atingiu a mulher. No entanto, ele alegou que o tiro foi acidental. Para o delegado responsável pelo caso, Glaydson Carvalho, essa possibilidade está descartada.
“O tiro acidental teria sido se a arma tivesse caído no chão e disparado. As imagens mostram que ele claramente puxou o gatilho. Por imprudência dele, e talvez pela falta de conhecimento da arma, ele levava a arma engatilhada e colocando na cabeça das vítimas. A adrenalina do que ele estava fazendo e o despreparo o tenha levado a dar o tiro”, afirmou.
O homem permanece preso na base avançada da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e Jusitça (Sapejus) localizada no complexo de delegacias especializadas, no Setor Cidade Jardim
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