Operação contra fraude em emissão de CNHs prende 8 pessoas em Goiás
Suspeito de ser o mentor do esquema foi detido em Uruana, diz polícia.
Esquema de venda de carteiras ocorria em 39 cidades, 30 delas em Goiás.
Gabriela LimaDo G1 GO
Oito pessoas foram presas em Goiás, na manhã desta quarta-feira (27), durante a Operação Fraus, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso. Elas são suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em fraudar o processo para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que atuava em GO, MT e Tocantins. De acordo com polícia, o mentor do esquema é um servidor público da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Uruana, a 157 quilômetros de Goiânia, que está entre os presos.
Em Goiás, além de quatro prisões em Uruana, outras quatro ocorreram em São Luís dos Montes Belos. Os envolvidos vão responder por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e alteração indevida de sistema de dados. O valor da carteira de motorista fraudada variava de R$ 600 a R$ 5 mil.
investigação e da prisão do servidor em Uruana. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, há alguma tempo a transferência de processos para retirada de CNH estava restrita entre Goiás e Mato Grosso.
Operação contra fraude foi deflagrada em Barra do
Garças (Foto: Divulgação/Polícia Civil de MT)
A restrição ocorreu após o Detran perceber que as autoescolas envolvidas no esquema abriam o processo em Goiás e o transferia para o Mato Grosso. Um tempo depois, trazia a documentação de volta para o estado como se todas as etapas estivessem sido feitas no estado vizinho e pedia que a carteira de motorista fosse expedida pelo órgão local.
Denúncia
As investigações começaram em setembro de 2010 na cidade de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. Segundo informações da Polícia Civil, a fraude foi descoberta depois de uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de Barra do Garças, onde uma pessoa informava que uma autoescola do município oferecia facilidades para retirar e até revalidar a CNH.
Os candidatos, geralmente pessoas analfabetas ou semianalfabetas e idosos, eram aprovados sem fazer provas práticas, teóricas ou de direção. Os exames eram feitos por pessoas que se passavam por eles nas provas.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Joaquim Leitão Júnior, os alvos da operação são os proprietários de autoescolas, fiscais do Departamento de Trânsito (Detran), instrutores e pessoas responsáveis por Centro de Formação de Condutores (CFC). A investigação revelou que o candidato nem se deslocava para fazer as provas e mesmo assim retirava a habilitação em Mato Grosso. O nome da operação vem do latim e significa “uma mentira contada com boa intenção”.
fonte G1 Goias
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