quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Policial civil do DF é condenado a nove anos de prisão por extorsão
Policial civil do DF é condenado a nove anos de prisão por extorsão Ele teria ameaçado de morte uma mulher para que ela assumisse uma dívida do ex-companheiro Mara Puljiz Publicação: 12/11/2013 19:40 Atualização: 12/11/2013 20:21 O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) condenou o policial civil do DF Luiz Cláudio Nogueira Souza a nove anos de prisão, pelo crime de extorsão. Entre 2009 e 2010, o ex-agente da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) teria ameaçado de morte uma mulher para que ela assumisse uma dívida do ex-companheiro. Após denunciar o caso no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e na Corregedoria da Polícia Civil, a testemunha teve uma arma apontada para cabeça. Luiz Cláudio está preso deste março deste ano, acusado de furto e extorsão. O agente pode ainda ser expulso da corporação. Ainda cabe recurso. Leia mais notícias em Cidades Na sentença da Terceira Vara Criminal de Taguatinga, Luiz Cláudio também é condenado a pagar R$ 40.740, a título de reparação de danos. Por pelo menos três ocasiões em 2010, o policial teria feito ligações telefônicas para a vítima, professora de uma escola pública. À época, ela mantinha um relacionamento com um homem que dizia fazer "negócios com automotores" com Luiz Cláudio. Entrentanto, as investigações da Corregedoria da PCDF e do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do MPDFT, demonstraram que os envolvidos tinham contato com pessoas envolvidas em crimes como roubo e formação de quadrilha. Entre março e dezembro de 2009, a professora teria sido obrigada a fazer diversas transferências bancárias para a conta de Luiz Cláudio, com valores que somaram R$ 5.640,00. No mesmo ano, a vítima teve de entregar uma Saveiro para o policial e assinar uma procuração passando poderes em relação ao automóvel. A vítima ainda teria sido obrigada a fazer empréstimos bancários e a quitar algumas parcelas do financiamento de uma Mercedez modelo C180 feito por Luiz Cláudio. O caso foi parar na Corregedoria da PCDF e, em fevereiro de 2010, a professora teria sido intimidada a para não colaborar com as investigações contra o policial. Consta na sentença judicial que Luiz Cláudio acompanhava os passos da testemunha. Ele teria feito uma ligação para a vítima logo após ela prestar depoimento na Divisão de Investigação do órgão. Descreveu suas vestimentas e, em seguida, a ameaçou dizendo que a encontraria "em qualquer buraco", e onde estivesse a mataria. Para não ser responsabilizado, forjaria um latrocínio. Luiz Cláudio responde a processos por porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal e até homicídio. A vítima está no programa de proteção as testemunhas. Segundo o diretor da PCDF, Jorge Xavier, um Processo Administrativo (PAD) foi instaurado contra o servidor e deve ser concluído antes dos processos criminais aos quais Luiz Cláudio responde. A condenação por extorsão pode resultar na expulsão de Luiz Cláudio da PCDF. "As penas superiores a seis anos ocasionam a perda do cargo, mas o procedimento administrativo independe do judicial e também pode resultar em demissão", explicou. Apesar da sentença, a punição só é aplicada após o processo transitar em julgado, ou seja, quando esgotarem as possibilidades de recurso. O advogado do policial Jean Cléber Garcia adiantou que vai recorrer. "Nós vamos recorrer da decisão. Essa acusação se deu em razão de uma dívida legítima que ele tinha. Não existe extorsão", disse. Operação infiltrados A prisão de Luiz Cláudio em março deste ano foi um desdobramento da Operação Infiltrados, deflagrada pela Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco). O agente foi citado em um depoimento que levou à prisão dos delegados Paulo César Barongeno e de Sandra Maria, respectivamente lotados à época na Divisão de Operações Aéreas (DOA) e na Assessoria Jurídica da Secretaria de Segurança Pública. Eles foram acusados de interferir em uma investigação de lavagem de dinheiro liderado pelo doleiro Fayed Antoine Traboulsi. Ele também acabou detido em 19 de setembro deste ano durante operação Miquéias, da Polícia Federal. Os trabalhos foram feitos em conjunto com o Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e demonstraram que em 18 meses, a quadrilha movimentou R$ 300 milhões. Destes, pelo menos R$ 50 milhões teriam sido aplicados em fundos de investimentos arriscados de prefeituras, sem previsão de conseguirem arcar com seus vencimentos.
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