Líder de invasões de hotéis é preso por extorsão e organização criminosa
Além dele, mais cinco são suspeitos do mesmo crime. Durante a Operação Varandas, 12 mandados de prisão serão cumpridos ao longo do dia
Nathália Cardim /
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã desta terça-feira (1/12), pelo menos sete pessoas ligadas a movimentos sociais acusadas de extorsão. A “Operação Varandas” começou nas primeiras horas do dia e é comandada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco). Agentes da especializada cumprem 12 mandados de prisão por organização criminosa. Os envolvidos também são suspeitos de homicídio.
Edson Francisco da Silva, líder do MRP, é um dos presos na operação desta terça-feira (1º/12)Um dos principais suspeitos de envolvimento no esquema é Edson Francisco da Silva, líder do Movimento de Resistência Popular (MRP). Ele está entre os presos. As investigações apontam que o grupo se aproveitava financeramente de famílias beneficiadas por auxílio aluguel de até R$ 600.
Inicialmente, as famílias tinham de pagar R$ 50, mas, segundo a polícia, o valor cobrado atualmente era de R$ 300. Os suspeitos coagiam as vítimas dizendo que iriam tirá-las da lista dos beneficiados e que tinham influência no GDF para tal.
Quatro armas de fogo, um carro de luxo e R$ 26 mil, em dinheiro, foram apreendidos até o momento.
Endereços
Ao longo de 2015, integrantes do Movimento Resistência Popular pelo Direito à Cidade (MRP) ocuparam cinco endereços diferentes. Em setembro, passaram uma semana em frente ao Ministério das Cidades e mais de dois meses no estacionamento da Secretaria de Agricultura, à margem do Eixão Norte, em barracas de lona.
Após serem retirados da área pública pela Polícia Militar, em uma operação surpresa, os sem-teto aproveitaram um bloqueio judicial que determinou o fechamento do St. Peter Hotel, no Setor Hoteleiro Norte, e tomaram conta do prédio, permanecendo no empreendimento por oito dias. Donos do edifício alegavam que o prédio havia sido recém-reformado e estava quase pronto para reabrir. Foi necessário acionar a Justiça e cortar água e luz, na tentativa de obrigar os manifestantes a saírem por conta própria.
O GDF preferiu não entrar em confronto, e, mesmo com autorização judicial, preferiu não retirá-los à força. Após negociações, os sem-teto firmaram acordo com o Executivo e foram transferidos para o Clube Primavera, em Taguatinga, comprometendo-se a não edificar ou desmatar a região. Os termos foram desrespeitados e, menos de um mês após a mudança, foram retirados em operação da PM, em 20 de outubro. No total, 56 construções irregulares foram removidas na área do clube, também abandonado.
O último ponto ocupado foi o Torre Pálace Hotel, no Setor Hoteleiro Norte, onde parte do grupo ainda permanece. Na manhã desta terça-feira (1º/12), Polícia Civil fez buscas no local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário