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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Goiânia tem mais dois homicídios durante paralisação na Segurança Número de assassinatos no dia chega a 6 na Região Metropolitana. Policiais e servidores param por 24h em protesto por reposição salarial.

Goiânia tem mais dois homicídios durante paralisação na Segurança

Número de assassinatos no dia chega a 6 na Região Metropolitana.
Policiais e servidores param por 24h em protesto por reposição salarial.

Sílvio TúlioDO G1 GO
Servidores parados em frente ao 1º Distrito Policial de Goiânia, em Goiás (Foto: Murillo Velasco/G1)Servidores parados em frente ao 1º Distrito Policial de Goiânia, em Goiás (Foto: Murillo Velasco/G1)
Outros dois homicídios ocorreram na tarde desta quarta-feira (9), em Goiânia, durante a paralisação de 24 horas de policiais e servidores da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Com esses novos casos, o número de assassinatos no dia já chega a seis na Região Metropolitana, sendo 5 na capital e um em Aparecida de Goiânia.
Segundo a Polícia Militar, por volta das 14h30, um jovem de 20 anos foi alvejado enquanto estava em um bar, no Setor Boavista. Testemunhas disseram à corporação que dois homens encapuzados passaram em uma moto e efetuaram vários disparos, sendo que pelos menos quatro atingiram a vítima.
Dez minutos depois, às 14h40, na Vila Finsocial, um homem não identificado foi morto dentro da própria casa. O criminoso teria invadido a residência e efetuado os disparos da vítima, que estava no quarto. Não há pistas do suspeito.
Outros quatro homicídios já tinham sido cometidos na Região Metropolitana. A paralisação atrasa a investigação dos crimes, bem como o recolhimento dos corpos ao Instituto Médico Legal (IML).
A desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi, em decisão monocrática, determinou a suspensão total da paralisação sob pena de multa diária no valor de R$ 20 mil em caso de descumprimento. Ela alegou que o movimento poderá acarretar enormes prejuízos à população, pois coloca em risco a vida dos cidadãos.
Em entrevista coletiva nesta tarde, o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, minimizou a paralisação e afirmou que possíveis "transgressões disciplinares" de servidores que não trabalharam serão apuradas.
Pedreiro foi morto na porta de casa e corpo levou mais de 5h para ser recolhido, em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Pedreiro foi morto e corpo levou mais de 5h para ser recolhido (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
"A PM está funcionando integralmente. Tivemos um ou outro problema pontual no sistema prisional e nas polícias Civil e Técnico-Científica, mas que já foram prontamente resolvidos", disse. Questionado se sabia o número de homicídios ocorridos nesta quarta-feira, ele disse: "Não tenho essa informação".
Demora
A fala do secretário contradiz famílias que aguardam a liberação de corpos no IML de Goiânia. Parentes do comerciante Antônio Marques de Amorim, de 41 anos, morto em um assalto nesta manhã, ainda aguardam para que a necrópsia seja feita, mesmo o crime tendo ocorrido às 8h30.
Parentes de Antônio Marques de Amorim aguaram liberação de corpo no IML de GOiânia (Foto: Vanessa Martins/G1)

"Eu acho que isso é uma falta de respeito com o cidadão. Não é culpa dos funcionários, mas do governo, que permite isso. A gente fica muito prejudicado. Quando você precisa do estado para uma assistência mínima, nunca tem", disse ao G1 o estudante Saulo Machado de Oliveira, de 18 anos, sobrinho da vítima.
Policiais e demais servidores da SSP-GO iniciaram uma paralisação, por volta das 8h desta quarta-feira. Segundo um comitê, formado por 14 entidades que representam a categoria, nenhuma ocorrência será registrada nas próximas 24 horas.
De acordo com os manifestantes, a “Operação Padrão Atividade Zero” é um protesto contra o não pagamento, pelo governo estadual, da segunda parcela da reposição salarial, de 12,33%, que deveria ter sido feito em novembro para os policiais civis e em dezembro para os demais servidores.
Além dos policiais civis e militares, também participam do ato bombeiros, peritos criminais, médicos legistas, agentes prisionais, delegados e papiloscopistas.

O presidente do Sinpol-GO, Paulo Sérgio Alves, disse ao G1 que mais de 25 mil policiais civis e militares estão paralisados. "Queremos ter a sociedade do nosso lado, mostrando que nós somos importantes. A sociedade deve pedir pelos policiais, tem que sair e defender os servidores que estão a serviço dela e, se fica ruim para a gente, fica ruim pra todos", destacou.
Parentes de Antônio Marques de Amorim aguaram liberação de corpo no IML (Foto: Vanessa Martins/G1)

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