No sistema político-partidário-eleitoral que aí está, candidato sem mala cheia de dinheiro é visto como se fosse portador de doença contagiosa.
Os cabos eleitorais, apoiadores e eleitores fogem dele igual o diabo foge da cruz. Ele pode ser até Jesus Cristo, mas a regra eleitoral é ” sine pecunia vade retro satanás”.
Daí o campo fértil para os Cachoeiras da vida.
Portanto, há muito tempo, fechei a conclusão de que o sistema político-partidário-eleitoral que aí está, e que já se afeiçoa a uma verdadeira cocolândia, já deu flor há muito tempo, já esgotou o seu prazo de validade, e, até por isso, tornou-se apenas uma fábrica produtora de novos estelionatos eleitorais, acoplados a poderosas fontes de corrupção, alimentada a financiamentos públicos e privados de campanha, ambições pessoais, sonhos e ilusões vãs. Uma máquina de moer reputações e carnes humanas, que faz de seres humanos que se lançam nessa aventura reles cheiradores de todos os perfumes e bebedores de todas as taças. É algo que já foi trigo, já deu tudo de bom que podia dar, que serviu a uma época, e que, agora, virou joio, ou, se preferir, rio com muitas curvas, que segura muita tranqueira e o torna perigosíssimo à boa navegação, sem falar da abundância de jacarés , dos cardumes de piranhas e dos bandos de urubus que sobrevoam a área o tempo todo.
Daí, a esta altura do campeonato, a nosso ver, senão como sofisma ou bravata, já não adianta mais nada debater sobre voto obrigatório, financiamento público de campanha, voto distrital, voto facultativo, cadeira vazia, ou qualquer outra novidade epidérmica, porque o principal sucumbiu, ou seja, o problema está no traçado do rio, no assoreamento, na rasura e nas suas curvas, que precisam ser refeitas, sob pena de cometimento de novos estelionatos eleitorais, à moda palanquismos vazios, seguidos de “esqueçam o que escrevi e falei”, “era tudo bravata de campanha”, não há mais o que fazer senão impor mais e mais carga tributária, mais aperturas e mais sacrifícios à sociedade, para custear o agregamento de novos, mais e mais, penduricalhos ao modelo superado, que implicam em mais e mais frustrações e sofrimentos apenas para alimentar o velho jogo de perda de tempo versus tempo perdido, do qual somos todos reféns, estamos todos cansados , esgotados e até enojados, há muito tempo, de modo que, à luz do bom senso, nada explica a resistência continuista da mesmice que foge das mudanças necessárias assim como o diabo foge da cruz, fato esse que, às vezes, em muitos casos, nos dá a impressão de que estamos à mercê de psicopatas perigosissimos, apaixonados por dinheiro e poder, insensíveis às mazelas, chagas e dores sociais, que fazem qualquer coisa para consegui-los, à moda aqui e agora, e o resto que se dane.
A sociedade, a patroa, quer e precisa caminhar para frente, evoluir, descortinar novos horizontes, mas no congresso, os empregados da sociedade teimam em caminhar para trás, ou para os lados, iguais caranguejos, visando apenas as suas ambições pessoais, vaidades e interesses financeiros e eleitorais imediatos.
Por outro lado, a reforma eleitoral que balança para cá e para lá no congresso é absurda e transita, afrontosamente, na contramão dos desejos da sociedade, a patroa, que paga a conta a duras penas, que clama pelo advento de um novo sistema eleitoral e pelo fim da aparente bandidocracia eleitoral, imposta pelo partidarismo ditatorial, com todos os seus cânceres: campanhas à base de dinheiro, negociatas de campanhas, resultados ditados pelo dinheiro e pelos esquemas, corrida do ouro, nivelamento dos eleitos por baixo, caixa dois, corrupção eleitoral, compra, venda e troca de votos e apoios, currais eleitorais, cabos eleitorais mercenários e corruptos, monopólio partidário em relação às eleições, obrigatoriedade de votação de quem não está nem aí com política, partidos e eleições, excesso de eleições de dois em dois anos,que só convém aos mesmos e que impedem as boas realizações de bons governos, posto que precisam ficar o tempo todo com um olho no peixe da administração e outro no gato eleitoral, além da reeleição, entre tantos outros males que precisam de um grande basta.
Daí a nossa proposta de meritocracia eleitoral, em resposta ao são sentimento da sociedade, que não tem mais a quem recorrer, no bojo da qual os partidos continuam existindo, com direito ao fundo partidário (que não é pouca coisa) e até continuar com a prioridade face às eleições, porém rigorosamente reciclados e convertidos em escola de formação política, com atuação vinculada à escolha dos seus candidatos, democraticamente, em votação direta entre os seus filiados, os quais uma vez escolhidos, deverão ser inscritos para participarem de concurso público padrão, do qual participarão também todos os cidadãos interessados, independente de filiação partidária, para preencherem a cota-cidadã, cumprir mandatos de 06 (seis) anos sem direito à reeleição para o mesmo cargo, classificando-se a corrupção e a prevaricação como crimes hediondos, operando-se assim o fim do monopólio face às eleições, a democratização destas e a abertura da possibilidade de chegarmos à democracia real, nivelando-se por cima a política, as eleições e os seus resultados, tornando todos iguais na corrida eleitoral, possibilitando assim o surgimento de novos e muitos Águias de Haia.
E quanto as urnas eletrônicas serão doadas aos partidos para que façam bom uso das mesmas dentro de suas respectivas searas.
Contudo, por ora, vem aí mais eleições sob a égide do modello antigo, vulnerável, superado, démodé, viciado, vicioso e literalmente podre, invadido por aventureiros e bandidos de todas as laias, idades, castas, espécies e matizes, face aos quais os bons, que ainda não foram alijados do processo, são obrigados a comer o pão que o diabo amassou com os pés e usados para legitimar a grande farsa do poder econômico: as eleições que aí estão.
E o pior de tudo é que, infelizmente, não serão as últimas, a depender da vontade e dos interesses da caciquia partidária de plantão, sócios, dependentes, agregados, empregados, patrões e pupilos. Dai a necessidade do PNBC e da Meritocracia Eleitoral já, no voto, ou no braço se o espaço “democrático” continuar malandramente fechado para o inadiável descortino dos novos horizontes. “
Loriaga Leão, o HoMeM do Mapa da Mina
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