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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Especialistas defendem parceria para combater violência no Entorno


Especialistas defendem parceria para combater violência no Entorno




Kléber Lima/CB/D.A Press - 8/4/2011 (O coronel Edson Costa pede a cooperação entre os governos de DF e Goiás)



Apesar dos elevados índices de violência nas cidades do Entorno, nenhum dos 19 municípios goianos que circundam o Distrito Federal tem secretaria específica para segurança pública. Guarda Municipal só existe uma, localizada em Cristalina. A insegurança e a precariedade da Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) estão descritas em um relatório inédito produzido pelo Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC) e pelo Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud). Ontem, especialistas e autoridades de Goiás e do DF discutiram as falhas e defenderam uma parceria. Apesar disso, nenhuma decisão concreta foi tomada.

Somente nos oito primeiros meses deste ano, 426 pessoas foram assassinadas nas cidades do Entorno. No mesmo período do ano passado, a Polícia Civil goiana registrou 347 mortes violentas. Mesmo com os elevados índices de homicídios, existem 10 mil inquéritos não investigados nas delegacias goianas. “São números duros, mas é a realidade que vivemos”, disse o coronel Edson Costa, chefe do Gabinete de Gestão de Segurança Pública do Entorno. Durante o Seminário Sobre Gestão e Governança da Segurança Pública no Distrito Federal e Entorno, realizado na Universidade de Brasília (UnB), os especialistas debateram a importância de uma parceria e ajuda financeira do DF e da União.

O estudo que aponta falhas na gestão de segurança do Entorno foi elaborado entre 2009 e 2010. Para Nívio Nascimento, coordenador da área de Segurança Pública e Prevenção ao Crime da UNODC, a falta de estrutura nas unidades policiais das regiões goianas precisa ser encarada com mais seriedade. “Muito se fala, mas pouco se faz. Há uma necessidade de articulação e cooperação entre os governos de Goiás e do Distrito Federal”, afirma o coordenador.

De acordo com o coronel Costa, o Entorno do DF precisa de R$ 500 milhões para investimentos estruturais — criação de mais delegacias, principalmente as especializadas, e compra de mobiliários e equipamentos para as unidades — e outros R$ 500 milhões anuais para despesas com efetivo de policiais militares e civis, e do Corpo de Bombeiros. O oficial defende que parte da verba seja custeada pelo DF e pelo Governo Federal. “É preciso um compartilhamento de responsabilidades. É possível direcionar 5% do Fundo Constitucional para o Entorno”, disse.

A proposta do Gabinete de Gestão de Segurança Pública do Entorno é que sejam criadas pelo menos 34 unidades policiais e que o efetivo de policiais militares alcance 4.010 militares — hoje são 1.746. O coronel Jaílson Ferreira Braz, da Secretaria de Segurança Pública do DF, reconhece que a falta de infraestrutura do Entorno reflete negativamente no DF. “Faremos uma construção na regra de políticas de segurança, em que é preciso dar atenção à saúde e à educação, pois a população do Entorno procura esse serviço aqui no DF”, afirma.

Mesmo com o diálogo entre os especialistas, que durou todo o dia de ontem, nada ficou decidido sobre mudanças e melhorias. “Tudo isso depende de acordos políticos. Vamos reunir os governantes de Goiás e do DF para discutir e bater o martelo”, disse o coronel Edson Costa.

Interesses comuns
A Ride foi criada pela Lei Complementar nº 94, de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo Decreto nº 2.710, de agosto do mesmo ano. É composta pelo Distrito Federal e por 22 municípios de Goiás
e de Minas Gerais, que têm interesses comuns em serviços públicos de infraestrutura e segurança pública.
FONTE CORREIO BRASILIENSE

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