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sábado, 7 de julho de 2018

Promotoria vai apurar se Crivella cometeu crime eleitoral e favoreceu evangélicos A reunião aconteceu na quarta (4) no Palácio da Cidade, sede do gabinete do prefeito, e teve a participação de cerca de 250 pessoas.


Promotoria vai apurar se Crivella cometeu crime eleitoral e favoreceu evangélicos

A reunião aconteceu na quarta (4) no Palácio da Cidade, sede do gabinete do prefeito, e teve a participação de cerca de 250 pessoas.


O Ministério Público do Rio de Janeiro vai abrir investigações sobre reunião em que o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB) apresenta candidato do partido ao cargo de deputado federal e oferece privilégios a líderes de igrejas evangélicas.

A reunião aconteceu na quarta (4) no Palácio da Cidade, sede do gabinete do prefeito, e teve a participação de cerca de 250 pessoas. O MP vai apurar se houve crime eleitoral e tratamento privilegiado aos fiéis de determinado segmento religioso.

Segundo áudios divulgados pelo jornal O Globo, Crivella apresentou aos presentes o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido.
Defendeu o voto em evangélicos para “dar jeito nessa pátria” e depois ofereceu aos pastores ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas. “Estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então, se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, por favor falem com a Márcia”, disse o prefeito.

“É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar e daqui a uma semana ou duas eles estão operando”, completou, para logo depois oferecer a facilidade também para cirurgias de varizes e vasectomia. Ele se referia a Márcia da Rosa Pereira Nunes, funcionária do gabinete do prefeito. Segundo Crivella, ela é sua assessora há 15 anos e “conhece todos os diretores” das redes municipal e federal de saúde. “De tal maneira que ela me representa em todos esses setores”, explicou.

Para resolver questões ligadas ao IPTU, ele solicitou que os presentes procurassem o “dr Milton”, que, segundo O Globo, é um advogado que presta serviços jurídicos a entidades religiosas na prefeitura. “Tem pastores que estão com problemas de IPTU. Igreja não pode pagar IPTU. Mesmo em caso de salão alugado. Mas se você não falar com o Dr Milton, seu processo vai demorar, demorar…”, sugeriu.

“Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na prefeitura para esses processos andarem”, completou o prefeito, que disse que os evangélicos não podem fugir ao “sacrifício” que é estar na política. “Só o povo evangélico pode mudar esse país. Entre nós não há corrupção”, defendeu. “É esse Brasil evangélico que vai dar jeito nessa pátria.”

O Ministério Público informou que o Centro de Apoio às Promotorias Eleitorais solicitou à Promotoria Eleitoral apuração dos fatos. O tema também será investigado pela Coordenação de Saúde do MP, para verificar se há irregularidades nas filas de cirurgias.

A coordenação das Promotorias de Justiça e Cidadania analisa inquérito civil para analisar suspeita de tratamento diferenciado para segmento religioso, que é vedado pela Constituição e pode configurar improbidade administrativa. “Ao pensar a administração pública desse jeito, o prefeito fere um dos princípios mais básicos da nossa República: a igualdade de direitos”, acusou o vereador Tarcísio Motta (PSOL), pré-candidato ao governo do estado. O partido vai pedir o impeachment do prefeito.

A prefeitura disse que vai colaborar com as investigações para provar que não há favorecimento a grupos religiosos. ​

Em uma rede social, Crivella disse que está sendo alvo de “preconceito religioso”. “É comum que um gestor municipal receba líderes de diversas áreas da sociedade para ouvi-los de perto e apresentar soluções para as demandas daquele grupo”, escreveu.

No texto, ele diz que já fez mais de mil reuniões com representantes da sociedade. “É inadmissível que uma cidade como o Rio e Janeiro, em pleno desenvolvimento, sofra consequências de atitudes preconceituosas e de intolerância religiosa”.



Palavras Chave: Marcelo Crivella

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