A casa em que viveu o artista plástico Dirso José de Oliveira, conhecido como D.J. Oliveira, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, está abandonada há quase 10 anos. Todos os móveis, livros, objetos históricos e muitas obras de autoria dele que estavam no local estão destruídos. Um projeto para restauração chegou a ser discutido em julho de 2013, mas não avançou.
O casarão colonial, construído no século XIX, é tombado como Patrimônio Histórico de Goiás. No entanto, desde a morte do artista, em setembro de 2005, o local deixou de ser cuidado e, atualmente, serve de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas, segundo os vizinhos. “Antes o nosso portão vivia aberto, mas agora tivemos que fechar tudo, colocar grades na casa toda, temos quatro cachorros grandes, tudo porque a gente fica com medo”, reclamou a dona de casa Sandra Oliveira.
Algumas de suas pinturas, normalmente feitas em cerâmicas, permanecem expostas em painéis espalhados pela cidade. A capital também conta com obras do artista, como o mural do Colégio Maria Auxiliadora, na Praça do Cruzeiro, e o mural da Praça Universitária, onde fica o antigo prédio da reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG).Natural de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, D.J. Oliveira era pintor, cenógrafo, professor e figurinista. Ele se mudou para Goiânia em 1956 e, em 1973, seguiu para Luziânia, onde ficou até seu falecimento.
Estragos
Na casa onde D.J. Oliveira vivia, as portas e janelas foram danificadas. Lá dentro, muita sujeira, como roupas velhas, latas de cerveja, garrafas e até um carrinho de bebê tomam conta de todos os cômodos. Até o piso de madeira foi arrancado. Sem poda, as plantas transformaram o quintal dos fundos em uma verdadeira floresta.
D.J. Oliveira morreu em setembro de 2005, em
Luziânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Na sala em que o artista costumava fazer a cerâmica usada nas suas obras, os objetos também foram danificados. No local, ainda é possível ver alguns potes de tintas deixados por ele.
O aposentado Doralino Alves, que era amigo do artista plástico e mora ao lado do imóvel há 30 anos, diz que ver a casa nessa situação causa “muita tristeza”. “É um sentimento ruim, pois ele [D.J.] era muito zeloso, cuidava da casa direitinho”, contou.
Restauração
Em julho do ano passado, uma restauração da casa foi orçada em R$ 800 mil. Na ocasião, a filha do artista, Valéria Oliveira, disse que a família não tinha verba para custear essa reforma e dependia da aprovação de um projeto que estava parado na Secretaria Estadual de Cultura. De lá para cá, quase dois anos se passaram e a restauração ainda não saiu do papel.
Procurada, a Secretaria Estadual de Cultura informou que a casa foi colocada à venda pelos familiares de D.J. Oliveira por um preço muito acima do valor de mercado, o que inviabiliza o procedimento de restauração.
Superintendente Estadual de Cultura, Aguinaldo Coelho informou que tentará uma nova negociação para que o imóvel possa ser adquirido pelo governo e restaurado. A ideia é que, posteriormente, o espaço seja transformado em um centro cultural para expor as obras do próprio artista.
A reportagem tentou contato com Valéria, mas ela não foi localizada para comentar o assunto.
Sala de casa usada por artista para criar obras está destruída (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Painel pintado por D.J. Oliveira está exposto no Centro de Luziânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera
G1
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