Por Raquel Morais, G1 GO
Pé esquerdo do policial rodoviário federal Diogo Lucindo, de 35 anos, com ferimento provocado por ataque de piranha durante mergulho no Lago Corumbá, em Caldas Novas, em Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Um policial rodoviário federal de 35 anos perdeu parte do dedo mínimo do pé esquerdo após um ataque de piranha no Lago Corumbá, em Caldas Novas, no sul de Goiás. Diogo Lucindo afirma que não havia placas com alertas para banhistas no local, nas proximidades da casa da ex-prefeita Magda Moffato.
A assessoria de Furnas, responsável técnica pelo lago – que está vinculado à Usina de Corumbá – informou, por meio de nota, que, junto com a Prefeitura de Caldas Novas, já havia "instalado placas no local alertando banhistas para a existência de piranhas no entorno do reservatório da UHE Corumbá".
O incidente aconteceu no sábado (30). “Estávamos em cinco casais em uma lancha. Eu e um amigo decidimos mergulhar. Em menos de cinco minutos senti o puxão e notamos o movimento delas [piranhas]. Parecia ser um cardume pequeno, umas seis ou oito. Assim que uma me pegou, a gente subiu no barco para voltar”, conta.
Diogo diz que procurou três guarda-barcos e todos afirmaram desconhecer que aquele ponto fosse de ataque de piranhas. Ao G1, o secretário de Comunicação da cidade, João Paulo Teixeira, informou que os quatro pontos de banho público são sinalizados e que este onde ocorreu o ataque é particular, ligado a um clube.
O policial rodoviário federal Diogo Lucindo (de camiseta verde clara) junto com amigos em passeio de barco, pouco antes de ataque de piranha, no Lago Corumbá, em Caldas Novas, em Goiás (Foto: Diogo Lucindo/Arquivo Pessoal)
O gestor disse ainda que esta época do ano é crítica: é quando ocorre a reprodução dos peixes. Na cidade existem duas espécies, a amarela e a vermelha. Ambas são carnívoras.
O policial rodoviário federal foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde recebeu um curativo e medicamento direto na ferida. Ele disse que a equipe médica que o atendeu afirmou não ser necessário tomar medicação oral contra infecção, mas o afastou do trabalho por duas semanas porque ele vai ficar esse período sem poder usar sapato fechado. Coturno é parte do uniforme dele.
“Saiu sangue demais. Quando cheguei, falaram que havia vários casos e que teve até uma criança ferida”, declarou.
Por telefone, os atendentes da UPA disseram que não poderiam passar a informação no período da manhã. A Secretaria de Saúde pediu que a reportagem falasse a respeito com a de Comunicação. João Paulo informou que a única notificação do ano é a do policial.
“Sempre há um trabalho de divulgação sobre os riscos, tanto da prefeitura quanto de Furnas e dos bombeiros, que é nosso parceiro”, disse. “No passado, esse tema entrou bastante em voga, e a gente fez uma série de audiências públicas.”
Os telefonemas do G1 não foram atendidos pelo quartel dos bombeiros de Caldas Novas. À TV Anhanguera, a corporação disse que o socorro dele foi prestado pelos próprios amigos. O lago Corumbá tem 60 quilômetros de extensão.
O secretário de Comunicação informou que o de Meio Ambiente vai fiscalizar os arredores do lago para checar sobre a existência de avisos para banhistas.
Prevenção
Em ataques anteriores, a assessoria de imprensa de Furnas, empresa de geração e transmissão de energia, informou ao G1 que fez estudos "visando o controle da proliferação de piranhas no lago da Usina de Corumbá. Já foram colocadas placas indicativas alertando os banhistas sobre a existência de piranhas na localidade conhecida como Cavalo de Fogo, que funciona como área de lazer muito utilizada pela população da região".
Ainda segundo a empresa, após vistorias, identificou-se que restos de animais provenientes da pesca esportiva e de alimentos jogados no lago estavam atraindo piranhas.
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