Grávida com bebê morto na barriga espera horas para fazer cesariana no Hospital do Gama, no DF
Família reclama de negligência. Mas hospital diz ter 'dado toda assistência da equipe multiprofissional'.
Por TV Globo e G1 DF
28/01/2019 09h03 Atualizado há 2 horas
Grávida perde o bebê e reclama do atendimento no Hospital do Gama
Bom Dia DF
Grávida perde o bebê e reclama do atendimento no Hospital do Gama
Uma semana depois de buscar atendimento no Hospital do Gama, uma grávida perdeu o bebê e foi submetida a uma cesariana neste sábado (26), horas após dar entrada no mesmo hospital aguandando atendimento. A família reclama de negligência e demora para a retirada do feto, mesmo após atestada a morte do bebê na barriga.
Segundo a sogra da gestante, Rosilda Araújo Carvalho, a nora Andreia Rodrigues Brito de Sá foi levada ao Hospital do Gama no dia 19 de janeiro com dores fortes de oito em oito minutos. Ao chegar lá, segundo Rosilda, a médica disse que eram contrações falsas.
Então as duas buscaram atendimento no Hospital Materno Infantil (Hmib), mas lá também não conseguiram fazer o parto porque o hospital não poderia atender moradores de Valparaíso de Goiás, onde elas moram, como explicou a médica à Rosilda.
“A doutora pediu para que ela esperasse até sábado que vem quando completaria 41 semanas. Desde o dia 19 ela ficou sentindo dores. E ontem ela bateu a ecografia e a médica falou que o neném estava com coração parado".
Neste sábado (26), ainda com dores fortes, Andrea fez exames em uma clínica particular no Gama e o laudo apontou que o bebê de 51 centímetros e com aproximadamente 3,5 quilos estava morto. Após o exame, Andrea voltou ao Hospital Regional do Gama.
Grávida com bebê morto na barriga espera horas para fazer cesariana no Hospital do Gama, no DF — Foto: Arquivo Pessoal
A sogra Rosilda Araújo contou que ainda tiveram que esperar mais um dia inteiro para que a nora fosse operada porque a prioridade eram as cesarianas que entrassem com bebê vivo. No vídeo, Andrea relata que já era a quarta vez que ela tentava atendimento só em janeiro. “Porque o dela praticamente ele quis dizer que estava morto, não tinha mais prioridade, importância. E ela com fome sem tomar café da manhã, sem almoço, ficou esperando até 13h50.”
"Ficou só a dor. E vai ficar a sós lembranças, as lembranças pra ele, os projetos que a gente tinha para ele. E eu fico me perguntando até quando vai ter esse descaso na saúde de Brasília?".
Hospital nega negligência
Em nota divulgada no fim da tarde de domingo (27), a Superintendência de Saúde da Região Sul infomou que a paciente foi submetida a cesariana no Centro Obstétrico do Hospital Regional do Gama, “onde recebia toda assistência da equipe multiprofissional”.
A Secretaria de Saúde relatou ainda que a paciente é moradora do Céu Azul, bairro do município de Valparaíso de Goiás, e que a paciente compareceu a apenas três consultas de acompanhamento pré-natal, o último registro foi no dia 20 de janeiro, quando o médico verificou o batimento do bebê que estava dentro do esperado e liberou a paciente após recomendar mais exames.
A causa da morte do bebê será apontada na necrópsia e o resultado deve sair em até 40 dias.
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