Por Paula Resende, G1 GO
Polícia prende suspeitos de armazenar e compartilhar pornografia infantil — Foto: Fábio Castro/TV Anhanguera
Servidores públicos, um aposentado e um estudante estão entre os 21 homens presos nesta terça-feira (9) durante uma operação contra o arquivamento e compartilhamento de fotos e vídeos pornográficos infantis na internet. Segundo a Polícia Civil de Goiás, um deles ainda foi preso por produzir este tipo de imagem.
“As imagens são horrendas, indescritíveis, que envolvem a prática de atos libidinosos e até conjunção carnal envolvendo crianças e adolescentes”, disse a delegada responsável pela operação Meu Zeloso Guardador, Sabrina Leles, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos.
As prisões foram em flagrante e aconteceram durante o cumprimento dos 51 mandados de busca e apreensão. Segundo a delegada, algumas diligências ainda estão em andamento e, por isto, o número de detidos pode aumentar.
Os alvos dos mandados são moradores de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Bela Vista de Goiás, Senador Canedo, Goianésia, Inhumas, Pirenópolis, Caturaí, Itumbiara, Planaltina, Rio Verde, Jataí, cidade de Goiás, Mozarlândia e Aruanã.
Dez pessoas foram presas na capital, o restante em Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Caturaí, Jataí e Goianésia. Os nomes deles não foram divulgados.
Investigação
Conforme a delegada, as investigações duraram quatro meses, período em que mais de 100 mil arquivos foram analisados. “Fomos peneirando e chegamos ao cadastro dos 51 alvos. São frequentadores de rede de compartilhamento fora da internet aberta. Eles buscam redes paralelas para compartilhar imagens e vídeos, mas temos ferramentas de investigação forenses pelas quais a gente faz os levantamentos”, explicou.
Sabrina afirmou que não há como pedir a prisão do dono da conexão sem ir ao local e checar quem, de fato, comete os crimes. Além disso, somente através do flagrante a polícia consegue identificar se o investigado produz, armazena ou compartilha o material.
“Teve uma mulher que não sonhava que o vizinho furtava o Wi-Fi dela e, muito menos, que tinha envolvimento com pornografia infantil”, disse a delegada.
Em outro caso, o alvo da operação era um homem que vive em uma casa com crianças. “Essas crianças receberão acompanhamento psicológico e do Conselho Tutelar porque se essa pessoa tem vontade de visualizar pornografia, essa criança está em perigo”, afirmou Sabrina.
Os 280 policiais que participaram da força-tarefa apreenderam computadores, câmeras fotográficas, pendrive, HD externo, celulares e até um videogame.
“Nós partiremos para o segundo momento que é identificar a criança que aparece na imagem e desdobrar em outra etapa. Enviaremos os materiais apreendidos para a Polícia Técnico-Científica e aguardaremos os laudos para individualizar condutas”, detalhou.
Crimes
De acordo com a polícia, um dos presos foi atuado por produção de imagem pornográfica infantil, que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão. “Pode filmar e não estar violentando, tocando, nem fazendo a criança se tocar. Temos de analisar arquivo por arquivo para ver se foi além disso e houve estupro”, declarou.
Os envolvidos também podem responder por compartilhar imagem pornográfica infantil, que pode levar de 2 a 6 anos de prisão, e por possuir e armazenar este tipo de material. No último caso, a pessoa pode ficar presa, se condenada, de 2 a 4 anos, mas é passível de fiança após a prisão em flagrante. A delegada afirmou que a multa vai de 1 a 100 salários mínimos, pois depende se a pessoa tem antecedentes e a quantidade de arquivos.
A data da operação foi escolhida, segundo a polícia, para marcar a semana que comemora o Dia das Crianças, celebrando em 12 de outubro. Já o nome tem ligação religiosa. “É oriundo de uma conhecida oração ensinada a várias crianças. A gente fez isso a uma alusão da que estamos agindo na proteção das crianças, como anjos da guarda”, afirmou a delegada.
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Equipamentos apreendidos durante operação contra pornografia infantil — Foto: Paula Resende/G1
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