Com apenas duas mulheres eleitas, Goiás terá 50% a menos de deputadas estaduais
Apesar de serem oposição, as parlamentares, ambas reeleitas, falam em trabalho conjunto e manutenção de diálogo
Lêda Borges (esq.) e Adriana Accorsi (dir.) foram as punicas mulheres eleitas para a Alego (Foto: reprodução)
Nas eleições de 2018, apenas duas deputadas foram eleitas para ocuparem cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O número é 50% menor que o último mandato. Lêda Borges (PSDB) e a delegada Adriana Accorsi (PT) foram reeleitas e falam em possíveis dificuldades na defesa das goianas.
“Isso significa que vai ter um prejuízo quanto à nossa representatividade, da mulher. Inclusive para a defesa de uma pauta de políticas públicas sociais”, diz Lêda. Accorsi fala em retrocesso. “Já era um número pequeno. Em Goiás, infelizmente, tivemos um retrocesso. Eu acredito que isso torna a nossa responsabilidade ainda maior”, diz a delegada.
Apesar de serem de partidos com posições e atuações diferentes, as duas afirmam que vão manter o diálogo para trabalhar pela defesa das mulheres e de ações e projetos que beneficiem as goianas.
“Nós temos um relacionamento amistoso, tranquilo. Lêda tem apoiado meus projetos relacionados à defesa das mulheres. Conversei com ela depois da eleição. Falei sobre como a nossa responsabilidade é grande. E que nós temos que estar unidas, independente da questão partidária, para defender e representar as mulheres de Goiás”, afirma Accorsi.
“Mesmo eu sendo PSDB e ela PT, nós sempre tivemos um bom diálogo com relação às políticas públicas sociais, especificamente das mulheres. Sempre tivemos pensamentos convergentes. Nós não somos opositoras para o que é bem para o povo goiano”, completa Borges.
Mulher e parlamentar
A política é um ambiente majoritariamente masculino. No cenário nacional, apenas 10% dos cargos eletivos foram ocupados por mulheres na Câmara de Deputados no mandato que termina em 2018. Em Goiás, esse número representava 9,7%. Nas eleições de 2018, o número estadual reduziu para 4,8% de mulheres. Já em relação às deputadas federais, a porcentagem subiu para 15%.
“Quando aumenta, como ocorreu na Câmara Federal, há um aumento de oligarquias, filhas, esposas, netas de alguém. As que vêm de base, nós estamos em minoria. Não é fácil para nós”, comenta a tucana. A deputada tem no currículo experiência à frente da Secretaria Cidadã e afirma que a sobrevivência das mulheres nas instâncias de poder é de luta diária. “Nós precisamos nos impor muito. A nossa sobrevivência depende muito da nossa atuação, no nosso posicionamento. Não é fácil”, diz Lêda Borges.
Adriana Accorsi, por sua vez, tem um histórico de atuação na vida policial, que também tem predominância de homens. A deputada recebeu o maior número de votos na capital, entre todos os candidatos na eleição de 2018. “Eu considero um desafio cotidiano, mas considero uma alegria imensa. Eu me entusiasmo muito com meus projetos, me emociono quando conseguimos ajudar uma pessoa. Isso tem um significado imenso”, diz.
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