Ministro confirma que população
pagará por concessões anunciadas por Temer
Questionado se é o contribuinte
que vai pagar a queda de R$ 0,46 no preço do diesel, o ministro da Fazenda,
Eduardo Guardia, respondeu: 'Exatamente'
AE Agência Estado
O ministro descreveu que a queda
do preço será compensada por dois mecanismos
O ministro descreveu que a queda
do preço será compensada por dois mecanismos
O ministro da Fazenda, Eduardo
Guardia, afirmou nesta ao jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, que não há mais
espaço para o governo federal realizar qualquer concessão adicional aos
caminhoneiros. Na entrevista, o ministro disse que o governo foi ao limite do
que é possível ser feito para atender aos manifestantes e, igualmente,
respeitar a responsabilidade fiscal e a Petrobras. "Fomos até o limite do
que era possível dentro do nosso quadro fiscal", disse Guardia,
acrescentando que a solução apresentada atende aos pedidos do movimento, que é
a redução do preço do combustível na bomba.
União terá que cortar R$ 3,8 bi
em despesas para compensar queda do diesel
Questionado se é o contribuinte
que vai pagar a queda de R$ 0,46 no preço do diesel, o ministro respondeu:
"Exatamente". Ele afirmou que, obviamente, existe custo para fazer o
acordo com os caminhoneiros. "Essa conta está sendo paga com muito
sacrifício através do Orçamento Geral da União", disse Guardia. O ministro
afirmou que a alta recente do diesel reflete o fato de o preço do petróleo ser
determinado pelo mercado internacional. "Então o aumento que observamos no
período recente se deu por conta do aumento do preço do petróleo no mercado
internacional e da desvalorização do real", afirmou.
O ministro descreveu que a queda
do preço será compensada por dois mecanismos. Um deles é a redução de impostos
no preço do diesel, num total de R$ 0,16 no preço do diesel na bomba a ser
compensado pelo ganho resultado do projeto de reoneração da folha de pagamento,
a ser aprovado no Congresso. "Nos termos da lei não podemos reduzir
impostos no exercício financeiro sem uma compensação', disse Guardia.
O outro mecanismo é destinar
recursos do Orçamento Geral da União para compensar a queda de R$ 0,30 no preço
do litro do diesel na bomba. Guardia explicou que essa parcela é que irá gerar
um impacto de R$ 9,5 bilhões até o fim do ano nos cofres públicos. "Com
relação aos R$ 9,5 bilhões, usaremos a margem financeira de R$ 5,7 bilhões do
Orçamento e outros R$ 3,8 bilhões por cortes de gastos", disse.
Na entrevista, Guardia foi
questionado se a redução do preço do diesel não é um contradição para esse
governo que sempre foi contrário a subsídios e transferência de recursos da
União para o setor privado. "O que me preocupa sempre são os subsídios que
não passam pelo Orçamento Geral da União", disse, o ministro, afirmando
que buscou uma solução que fosse compatível com a situação fiscal e que fosse
absolutamente transparente.
Guardia reiterou ainda que a
reoneração da folha de pagamento é crucial para a redução dos impostos sobre os
combustíveis. Ele disse que espera a aprovação do projeto no Congresso ao longo
desta semana. Somente com a reoneração da folha, será possível reduzir o preço
do diesel na bomba em R$ 0,16, concluiu.
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