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sábado, 5 de maio de 2018

A fraude dos especialistas em segurança


A fraude dos especialistas em segurança
Por: Aurílio Nascimento
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Não é recente o aparecimento de dezenas de especialistas, consultores e estudiosos em segurança privada e pública opinando, sugerindo, ganhado os holofotes e muito dinheiro. Nos anos noventa, quando o crime de extorsão mediante sequestro atingiu níveis altíssimos no Rio de Janeiro, uma nuvem de especialistas em negociação surgiu. Militares reformados, advogados, engenheiros desempregados, curiosos e espertalhões integravam este verdadeiro panapaná, menos policiais. Panapaná? Achou estranha a palavra? É o coletivo de borboleta, e bem serve, por duas das principais características destes insetos, para designar os especialistas de plantão: surgem do nada e a vida é curta.

Apresentando um histórico profissional nem sempre confiável, os "especialistas" em negociação de extorsões mediante sequestro entravam em contato com os familiares das vítimas, oferecendo seus serviços. Um percentual sobre o valor abatido no pedido de resgate. Negociar com alguém que na primeira ligação diz: "nós quer um milhão de dólar", não era assim tão difícil. Ainda mais quando o sequestrador nunca tinha visto uma nota de dólar na vida, e muito menos sabia como se fazer a conversão para cruzeiro, a moeda nacional da época antes do real.

O fim dos sequestros também foi o dos especialistas em negociação. Porém, seguindo um preceito da natureza, eles adaptaram-se aos novos tempos, tornam-se famosos. Ganham muito dinheiro com palestras, comentários e sugestões.

Para se tornar ou reconhecer um "especialista" em segurança é fácil. Primeiro: exerceu por pouco tempo algum cargo na segurança pública ou militar sem nenhum destaque. Segundo: nunca investigou um crime ou prendeu um criminoso. Terceiro: nunca compareceu a um tribunal para auxiliar o Ministério Público na acusação de marginais. Quarto: nunca participou efetivamente de operações policiais. Quinto: todo o seu conhecimento tem origem na leitura de relatórios. Sexto: jamais interrogou um acusado. Sétimo: leu três livros sobre o assunto. Oitavo: tem raciocínio rápido para enrolar nas respostas. Nono: nunca portou armas. Décimo: fala demais.

Além dos dez pontos acima elencados, outros fatores criam uma aura de conhecimento infinito nos autoproclamados "especialistas, consultores e estudiosos". Sempre falar o óbvio, criticar a parte mais fraca, apontar erros em condutas sabendo apenas de poucos detalhes. É essencial na farsa um bom conhecimento da natureza humana, falando sempre o que as pessoas querem ouvir. Com um pouco de treinamento, qualquer um pode tornar-se "especialista" ou até mesmo vidente, já que tanto um como outro possuem como alicerce a enganação.

Se a existência dos autoproclamados "especialistas, consultores e estudiosos" da segurança fosse positiva, agregando soluções mínimas, estaríamos muito bem, não iriamos perder nem para o Jardim do Éden, onde não havia controle de acesso e alguém entrou disfarçado, estragando tudo.

Recentemente, uma outra classe de abelhudos em segurança pública surgiu: são os comentaristas. Assim como aqueles que comentam futebol, estes dizem o óbvio, criticam e relatam exatamente o que foi visto. "O Palmeiras ganhou de 1x0 no campo do Corinthians, com um jogo de muitas faltas". Se algum torcedor que assistiu ao jogo perde tempo para ouvir isto, é bem provável estar sofrendo do Mal de Alzheimer. Na segurança púbica, o mesmo acontece. Se um comentarista de segurança afirmar que a polícia usa helicópteros em operações policiais porque eles voam, não se assustem, ele está falando uma verdade que talvez a maioria não saiba.


https://extra.globo.com/casos-de-policia/comissario-de-policia/

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