Após provocar PCC e criticar secretário de segurança, delegada pode ser punida
16/11/2012
A delegada da Polícia Civil de Sorocaba que usou um adesivo no carro para desafiar o PCC e criticar o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, terá sua conduta analisada pela Corregedoria da Polícia Civil e pode ser punida. Na quarta-feira (14), véspera do feriado, ela circulou de carro pela cidade exibindo no para-brisa traseiro um grande adesivo com os dizeres: "Vem PCC tô facinha pra você! Se o secretário de Segurança não tá nem aí, eu me preocupo. Poupe pais, mães de família e o coitado do povo inocente".
Nesta sexta (16), o adesivo já havia sido retirado e a delegada, que pediu a preservação de sua identidade, não quis dar entrevista. Flagrada dirigindo o carro, ela disse a um jornal local que havia tomado a atitude depois que o governador Geraldo Alckmin afirmou não ter planos de trocar o comando da Segurança Pública mesmo com a crise no setor.
— A cegueira nas atitudes do secretário perante os atos criminosos é inadmissível. Negar a onda de violência é o mesmo que dizer que Papai Noel existe. Não me conformo com esse caos.
Ao explicar a frase que mandou estampar em seu carro, disse que não se conformava em ver inocentes morrendo na guerra da capital.
— Eu me importo com o povo do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da mesma maneira.
O delegado seccional André Moron, que já identificou a autora do protesto — uma delegada com 23 anos de carreira —, considerou que ela tomou uma atitude isolada e inadequada.
— Num momento conturbado como este, lutamos junto contra o inimigo comum, que é o criminoso, portanto essa atitude não contribui para a segurança de ninguém.
Além de advertir a subalterna, o delegado seccional acionou a Corregedoria da Polícia Civil para avaliar a conduta da delegada e tomar medidas administrativas.
— Estamos propondo que a delegada perca a titularidade da delegacia pela qual responde, pois temos a convicção de que sua postura fez com que ela perdesse a credibilidade perante a comunidade e junto à seccional.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo informou que vai acompanhar os trabalhos da corregedoria.
R7
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