A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás determinou a demissão de oito delegados e um agente da Polícia Civil por envolvimento em atos ilícitos investigados na Operação Monte Carlo, que apurava a exploração de jogos ilegais e corrupção no estado e no Distrito Federal. No Diário Oficial de Goiás desta sexta-feira (29), onde foi publicada a exoneração dos investigadores, consta que eles praticaram crime contra a administração pública “devidamente apurado e comprovado em Processo Administrativo Disciplinar”.
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Os demitidos são os delegados Marcelo Zegaib Mauad, Niteu Chaves Júnior, José Luis Martins de Araújo, Juracy José Pereira, Hylo Marques Pereira, Rosivaldo Linhares Rosa, Leandro Pinheiro Fonseca Pereira e André Soares Veloso, além do agente Tony Batista Santos Oliveira. Entretanto, o órgão não especificou qual a relação dos ex-servidores com a operação e nem quais as faltas disciplinares cometeram e que justificaram a exoneração.
Em nota, a Polícia Civil informou que dos oito delegados, seis já estavam afastados desde 2012, quando começaram as investigações. Os outros dois ainda estavam em atuação como plantonistas, um em Goiânia e outro em Aparecida de Goiânia, mas não foi dado o nome dos que estavam na ativa. O agente de polícia também já estava afastado das atividades.
Com a demissão, ficou determinado que os ex-servidores ficarão inabilitados de exercer qualquer novo cargo publico estadual por 10 anos.
O G1 tenta contato com Leandro Pinheiro Fonseca Pereira desde as 16h, mas as ligações não foram atendidas até a publicação dessa reportagem.
O G1 não conseguiu contato com os demais demitidos até a publicação dessa reportagem.
Operação Monte Carlo
Deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) em 29 de fevereiro de 2012, a Operação Monte Carlo trouxe à tona gravações telefônicas que derrubaram um senador da República, abasteceram duas CPIs, uma no Congresso e outra na Assembleia Legislativa de Goiás e causaram mudanças nos comandos da Segurança Pública goiana.
Carlinhos Cachoeira foi preso e acusado de chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Ele foi detido no mesmo dia que a operação começou.
O empresário já havia sido condenado pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. Além dele, outras sete pessoas também foram condenadas por crimes de quadrilha, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato e furto.
Condenação
O empresário Carlos Augusto Ramos, foi novamente condenado pela Justiça no dia 23 de outubro em desdobramentos da Operação Monte Carlo. Desta vez, segundo o MPF/GO, a medida ocorreu pelo crime de violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão. Ainda cabe recurso.
O juiz federal Carlos Roberto Alves dos Santos, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia o sentenciou a três anos de prisão, sem direito ao benefício da substituição da pena restritiva, pois ele já foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão em outra ação, da qual ele recorreu e aguarda em liberdade.
Além de Cachoeira, o ex-delegado da Polícia Federal Fernando Antônio Hereda Byron Filho também figura como réu no processo. Ele foi flagrado em encontros e escutas telefônicas com o contraventor. Segundo a investigação, o então delegado fornecia informações ao grupo sobre possíveis investigações envolvendo a máfia dos caça-níqueis e, em troca, recebia benefícios financeiros.
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