Sobrevivente
Uma jovem relatou, nesta quarta-feira (6), o trauma causado por uma tentativa de homicídio, em Goiânia. Ela foi baleada por um homem em motocicleta de cor escura. "Muito medo de sair, tenho pesadelo. Muito medo mesmo", disse a mulher, que preferiu não se identificar. O caso é um dos investigados por uma força-tarefa da Polícia Civil, que apura 18 crimes com características semelhantes sob a suspeita da ação de um assassino em série na capital.
Uma jovem relatou, nesta quarta-feira (6), o trauma causado por uma tentativa de homicídio, em Goiânia. Ela foi baleada por um homem em motocicleta de cor escura. "Muito medo de sair, tenho pesadelo. Muito medo mesmo", disse a mulher, que preferiu não se identificar. O caso é um dos investigados por uma força-tarefa da Polícia Civil, que apura 18 crimes com características semelhantes sob a suspeita da ação de um assassino em série na capital.
A data e localização do crime não são reveladas para não prejudicar as investigações e manter a integridade física da vítima. Porém, segundo o relato da jovem, a dinâmica do crime foi semelhante à de outros casos: um homem em motocicleta de cor escura se aproximou, efetuou um disparo de arma de fogo e fugiu sem levar nada.“Ele encostou o revólver nas minhas costas e falou para mim: fica quieta, fica quieta. Foi e deu um tiro”, contou.
Depois de ser baleada, a jovem foi socorrida e encaminhada a um hospital na capital. "[Tive] muita sorte, [faltou] um centímetro para mim não ficar tetraplégica", diz a vítima, que terá que passar por uma reabilitação para voltar a andar normalmente.
A mulher se recorda de algumas características físicas do suspeito. “Branco, alto, com uma jaqueta preta com uma gola branca”, diz a vítima. Segundo ela, o homem também tentou atingir uma amiga que a acompanhava.
“Eu já cai no chão, meu corpo foi, como é que fala, repuxando, fechando. Eu tentei gritar, aí a amiga minha que estava do meu lado correu. E nisso ele deu mais dois disparos nela, só que ele não acertou”, relata.
Investigação
Uma força-tarefa da Polícia Civil investiga 18 casos ocorridos neste ano em Goiânia. Entre eles estão as mortes de 15 mulheres, a de um homem e duas tentativas de homicídios de vítimas do sexo feminino.
Uma força-tarefa da Polícia Civil investiga 18 casos ocorridos neste ano em Goiânia. Entre eles estão as mortes de 15 mulheres, a de um homem e duas tentativas de homicídios de vítimas do sexo feminino.
Participam do grupo de investigação 16 delegados, sendo os nove da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30 agentes e dez escrivães também integram o grupo.
Segundo informações da Polícia Civil, os crimes tiveram dinâmica semelhante. Porém, de acordo com o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polatti, as investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.
O delegado explica que algumas das investigações indicam crimes passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo e tráfico de drogas, mas não dá detalhes para não comprometer os inquéritos. “Nós não descartamos também que autores venham utilizando esse modo de agir inclusive para desviar a investigação. Dessa forma, seja por crime passional ou envolvimento com tráfico esse crime vai recair para o suposto maníaco”, disse Polati em entrevista ao G1 no último domingo (3).
Serial killer
Desde maio, quando surgiu a possibilidade de que exista um "serial killer" na capital, a Polícia Civil tratava o caso como um boato. No último domingo, a corporação voltou a afirmar que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em Goiânia, mas revelou, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.
Desde maio, quando surgiu a possibilidade de que exista um "serial killer" na capital, a Polícia Civil tratava o caso como um boato. No último domingo, a corporação voltou a afirmar que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em Goiânia, mas revelou, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.
A última vítima foi a estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, morta no último sábado (2) em um ponto de ônibus por um motociclista. O assassinato da menor aumentou a desconfiança em relação a um assassino em série devido às semelhanças dos crimes.
A família dela acredita que todos os crimes estejam interligados. “Não é coincidência. Até quando vão falar que não é [um assassino em série]?”, questiona a avó.
Após a morte de Ana Lídia, diversas pessoas passaram a comentar sobre o assunto nas redes sociais e a pedir que as autoridades se mobilizem. Em diversos perfis, internautas colocaram fotos com símbolos e frases de luto, cobrando respostas nos casos ainda em aberto e também maior segurança na capital.
Gravação
A suspeita de que um assassino em série estaria agindo em Goiânia surgiu no fim do mês de maio, após uma mensagem de voz ser compartilhada pelo aplicativo de celular WhatsApp. Nela, uma pessoa não identificada diz que um homem já havia matado 12 mulheres na capital. No entanto, na época, a polícia tratou o caso como boato.
A suspeita de que um assassino em série estaria agindo em Goiânia surgiu no fim do mês de maio, após uma mensagem de voz ser compartilhada pelo aplicativo de celular WhatsApp. Nela, uma pessoa não identificada diz que um homem já havia matado 12 mulheres na capital. No entanto, na época, a polícia tratou o caso como boato.
A mensagem informa que o "serial killer tem uma motocicleta preta e um capacete preto” e que age, principalmente, nos setores Jardim América, Sudoeste e Nova Suíça. Além do áudio, também é compartilhado o retrato falado do suposto assassino. A imagem realmente foi elaborada pela DIH e retrata o suspeito de executar a assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, na porta de uma lanchonete do Setor Bela Vista, no dia 14 de março.
Posteriormente, uma montagem do retrato falado com a foto de um jovem foi compartilhada nas redes sociais, informando que se tratava do autor dos crimes. Quem aparece na imagem é o consultor de vendas Rafael Siqueira Aleixo, de 27 anos, que não tem relação com os casos.
O jovem afirmou que teve que mudar sua rotina e a aparência por causa da comparação. Com medo de ser morto por justiceiros, ele procurou a Polícia Civil para denunciar a divulgação da mensagem que utiliza sua foto como sendo a do criminoso. “Não é brincadeira ser acusado de algo tão sério, nunca fiz mal a ninguém. Minha família e meus amigos estão muito preocupados. Tenho medo de morrer”, relatou o jovem em entrevista ao G1, em junho.
Fonte G1 Goiás.
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