Vendedores não sabem inglês, mas atendem estrangeiros com muita mímicaTuristas estrangeiros relatam problemas de comunicação com comerciantes da capital, que, sem falar inglês nem espanhol, improvisam para garantir os negócios. Simpatia e boa vontade são as armas dos atendentes para superar a dificuldade
Publicação: 20/06/2014 06:00 Atualização:
Os colombianos Juan, Joan, Jorge e Miguel gostaram da cidade, mas tiveram muita dificuldade para serem atendidos em restaurantes |
Os estrangeiros, de fato, descobriram Brasília e movimentam não apenas os pontos turísticos da cidade, mas o comércio local. Algumas lojas de shoppings tiveram aumento significativo nas vendas, como uma filial de uma conhecida marca de chinelos, que faturou 50% a mais nos primeiros dias de Copa do Mundo — comparado ao mesmo período do mês anterior. Mas, se por um lado a economia vai bem, por outro, o preparo dos profissionais na hora de se comunicarem em outros idiomas deixa a desejar. Dezessete estrangeiros ouvidos pela reportagem do Correio foram unânimes quanto ao improviso dos profissionais brasileiros. Eles revelaram não terem recebido qualquer atendimento em inglês ou espanhol nas lojas do Distrito Federal. Na hora de falar, o que predomina, segundo eles, é o famoso jeitinho brasileiro.
A experiência de morar em Londrina(PR) há quatro meses, ajudou a colombiana Alana Bastidas, 28 anos, na hora de fazer compras na capital federal. Natural de Bogotá, ela visitava lojas de um centro comercial da cidade ao lado de duas amigas. Na maioria das vezes, fazia o papel de intérprete das colegas. “Faço mestrado aqui, então, já estou falando um pouco de português. Os vendedores não falam espanhol”, revelou. Segundo ela, os gestos são a ferramenta mais usada na hora das transações. “Quando realmente não nos entendem, apontamos para o produto. Para quem fala inglês, acho que está ainda pior. Conheço algumas pessoas que estão tendo muita dificuldade”, completou. A jornalista Diana Sánchez, 24 anos, e a advogada Caterine Noriega, 28, concordaram com a amiga, mas ressaltaram a qualidade do atendimento e a atenção dos funcionários.
Para os advogados checos Ian Rozum, 37 anos, e Tomas Davis, 38 anos, a comunicação no Brasil tem sido ainda mais complicada. Eles tentam conversar em inglês, mas afirmam que nem sempre são bem compreendidos pelos brasileiros. “Isso ocorre de uma forma geral, não apenas no comércio. Vejo as pessoas daqui falando mais o espanhol. Por isso, acredito que tivemos alguns problemas”, argumentou Ian. Ambos saíram de Praga especialmente para a Copa do Mundo. Como a seleção da República Tcheca não se classificou para o Mundial, os dois dizem torcer pelo bom futebol. Ontem, eles assistiriam ao jogo da Colômbia contra Costa do Marfim e, antes da partida, arriscaram o placar de 2x1 para a seleção sul-americana, o que se concretizou.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/06/20/interna_cidadesdf,433601/vendedores-nao-sabem-ingles-mas-atendem-estrangeiros-com-muita-mimica.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário