Polícia escolta carro com dinheiro para pagar jogadores de Gana
Avião trouxe US$ 3 milhões para quitar a dívida com os atletas africanos
Uma das imagens mais marcantes da Copa do Mundo no Brasil, até agora, ocorreu fora de campo e não teve relação alguma com os temidos protestos de rua. Na noite desta quarta-feira (25/6), um avião fretado pousou na Base Aérea de Brasília e, cercado por carros da Polícia Federal, despachou, ao que tudo indica, a grana necessária para que a seleção de Gana não abandonasse o Mundial. O valor? O equivalente a R$ 6,6 milhões.
O comboio com toda essa dinheirama seguiu pelas ruas da capital do país até o hotel às margens do Lago Paranoá, onde, momentos depois, os jogadores africanos seriam flagrados contando o pagamento nos corredores. Eles já tinham dito que não aceitariam o prêmio por meio de transferência bancária. Exigiam o dinheiro em espécie, vivo, e ainda antes do jogo contra Portugal nesta quinta-feira (26/6).
A chantagem adiou treino, criou um clima tenso na delegação e envolveu até o presidente de Gana, John Mahama. Segundo a imprensa daquele país, o chefe do Executivo precisou intervir e teria ele próprio ajudado a negociar o envio de um avião ao Brasil com cerca de 74 mil euros para evitar um vexame internacional, uma vez que os jogadores ameaçavam não entrar em campo caso não vissem a cor do dinheiro até a noite desta quarta.
Pelas regras da Receita Federal, quem desembarca no Brasil com quantias acima de R$ 10 mil deve declarar o valor no momento do embarque. No caso da grana dos africanos, não só pelo montante da transação, mas por se tratar de uma emergência, o governo brasileiro teria de ser obrigatoriamente comunicado da remessa, sem pagamento de multa ou tributação. O Correionão conseguiu contato com o Banco Central.
Além da possibilidade de um avião ganês ter trazido o pagamento dos jogadores às pressas, o aparente desfecho do drama dos atletas pode ter seguido um trâmite mais tradicional, ou seja, a Associação Ganesa de Futebol acionou o sistema bancário daquele país para pagamento no exterior, a partir de uma transação eletrônica que poderia ter seguido a mesma lógica de qualquer outra transferência, a não ser pelo alto valor.
Se confirmada essa segunda possibilidade, algum banco brasileiro foi acionado para concretizar o pagamento aos jogadores em Brasília. Porém, como é praticamente impossível alguma agência ter disponível o montante envolvido em espécie, seja real, dólar ou euro, o Banco Central, que tem cofres em algumas cidades do país e abastece as instituições financeiras, pode ter entrado na jogada para disponibilizar a quantia.
http://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/especiais/copa-do-mundo-2014/noticias/2014/06/26/interna-noticia,56223/policia-escolta-carro-com-dinheiro-para-pagar-jogadores-de-gana.shtml
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