Polícia detém 15 jovens em boate
Canhões de luz indicavam mais um dia de festa na boate Full Time, em Aparecida de Goiânia. No galpão sem estrutura de segurança, toda semana clientes se “divertiam” no local, em eventos regados a drogas e bebidas. Mas, na madrugada de ontem, a festa denominada Segunda sem Lei teve um fim. Depois de confirmar a venda de entorpecentes e presença de menores por meio de microfilmagens, a Polícia Civil prendeu 15 pessoas no local, sendo cinco menores de idade incluindo duas meninas, de 16 anos e 17 anos, que vendiam drogas dentro do estabelecimento.
O delegado Odair José, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), conta que o local está sob investigação há mais de dois meses, período em que a polícia começou a receber denúncias, por meio do número 197, sobre a venda de drogas naquele estabelecimento. Na noite de segunda-feira (30), a festa recebeu o nome de Segundeira do Barão, em uma alusão aos “patrões” do tráfico da região. As entradas para a festa custam R$ 15 para mulheres e R$ 20 para homens.
Antes de realizar a ação, segundo conta, policiais se infiltraram no local e realizaram filmagens em que é mostrada a comercialização de entorpecentes. Quarenta policiais entraram no local e fizeram a abordagem a 200 pessoas, sendo 30 menores, com idades entre 13 anos e 17 anos. Na abordagem, foram apreendidas 50 porções de entorpecentes (entre maconha, cocaína, crack e ecstasy), dois revólveres calibre 38 e dois carros, um Siena e um Prisma, frutos de roubos realizados nos últimos dias.
Das 15 pessoas conduzidas até a delegacia, quatro permaneciam presas até a manhã de ontem. Aminadab Santos Chagas, de 20 anos, e Evandro dos Santos Ribeiro, gerente da boate e que não teve a idade divulgada, foram presos por porte ilegal de armas. Ricardo Antônio do Santos, 25, pode ser autuado por tráfico após a análise das imagens. Uma mulher, de nome não divulgado e que vendia drogas com as duas menores, também está presa.
O proprietário do estabelecimento disse na delegacia que alugava o espaço, mas não sabia o que ocorria no local. Odair José observa que ele pode ser responsabilizado por vender bebidas alcoólicas a menores de idade, que tem pena de dois a quatro anos de reclusão. Em junho, durante a mesma festa Segunda Sem Lei, um rapaz morreu e outro ficou ferido, vítimas de disparos de arma fogo. O delegado diz que outros estabelecimentos dessa natureza e chácaras podem ser alvos de ações policiais. (Wanessa Rodrigues)
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