Fim da polêmica do chapéu: Assembleia retira proibição; deputado alega problema de saúde e perseguição
Deputados dizem que a proibição seria uma retaliação às denúncias que ele fez contra a Casa
Ex-prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro, ganhou destaque nacional ao tomar posse de chapéu e com a mulher no colo (Foto: reprodução/Alego)
Na última terça-feira (30), chegou ao fim a polêmica do uso de chapéu dentro do plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Os deputados aprovaram o fim da restrição, com 24 votos favoráveis. O único voto contrário foi do petista Antônio Gomide.
A proibição foi aprovada na última sessão de 2018, presidida por José Vitti (PSDB). A proposta de voltar ao código de vestimenta, previso no regimento interno anterior, é do deputado Lucas Calil (PSD). “Na minha opinião, o regimento interno já era ideal. A vida inteira foi assim. Eu só voltei do jeito que era antes”, afirma.
O parlamentar ainda alega que foi gasto muito tempo com o assunto, que precisava chegar ao fim. E completa: a votação do ano passado foi injusta, em uma possível perseguição ao deputado Amauri Ribeiro (PRP), recém-eleito.
Amauri enfatiza que a proibição seria uma retaliação às denúncias que ele fez contra a Casa. O projeto existiria desde 2015, mas estava parado e teria sido aprovado como um “jabuti”. O termo é usado quando uma medida é apresentada em meio a projetos e passa desapercebida, sem a devida atenção.
“[O projeto] ‘tava’ [sic] parado nessa casa há 2, 3 anos. Esse projeto entrou no dia 18 de dezembro. E tudo eles tinham que fazer, fizeram em um só. A votação de dezembro foi errada, não foi nominal. Não é pelo chapéu, é por minha causa”, diz Amauri.
Problemas de saúde
Amauri alega que usa tem um laudo médico que indica o uso do chapéu. Ao Mais Goiás, o deputado assumiu que gosta do adereço, adotado desde os dez anos de idade, mas que, além disso, o chapéu o ajuda com a fotofobia. Segundo Amauri, a sensibilidade à luz surgiu quando ele trabalhava em um laboratório de revelação de fotos.
O deputado explica que nunca quis apresentar o laudo para não criar burburinhos na Alego, mas que anda com o documento no bolso desde quando era vereador de Piracanjuba, em 2009. E que traz consigo o documento já atualizado. E completa, dizendo que outros deputados já usaram chapéu na Casa mas isso nunca foi um problema.
“Eu não quis apresentar [o atestado], porque se apresento, diriam que eu estava usando de meios para usar o chapéu. Eu não uso chapéu só por causa disso, uso porque gosto”, finaliza.
O deputado Amauri chamou a atenção de toda a imprensa goiana no dia da posse na Alego. Ele utilizava o chapéu, que já estava proibido. A foto que ganhou os jornais de todo o país, traz o deputado de chapéu, com a esposa sentada no colo dele, dentro do plenário. Ele voltou a ganhar as manchetes quando disse que servidoras da Casa pareciam modelos e “serviam aos deputados”. A declaração gerou protestos por parte de deputadas e servidoras.
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