Janela aberta para mudar de partido
Os políticos devem iniciar troca de legenda visando as eleições
POR MARCUS VINICIUS
Em 17 de junho do ano passado, um dia depois de aprovar a inclusão da regra da fidelidade partidária na Constituição Federal, o plenário da Câmara acatou emenda do deputado federal Jovair Arantes, que, na contramão da fidelidade, criou a chamada “janela partidária” o troca-troca partidário. Por 317 votos sim, 139 votos não e 6 abstenções, a emenda foi aprovada em primeiro turno.
A janela partidária aberta pelo deputado federal Jovair Arantes é a porta de saída de muitos políticos nas próximas semanas. Dois tucanos encabeçam a lista. Vetados pelo partido em Goiânia, eles buscam novas opções partidárias. O primeiro é o delegado Waldir Soares. Campeão de votos pelo PSDB o deputado federal deve buscar abrigo no Pros, PR ou no Solidariedade (SDD) para garantir o direito de ser candidato a prefeito na capital. O mesmo pode ocorrer com o pastor Fábio Soares, que deve trocar o PSDB por outra legenda que lhe permita concorrer à prefeitura de Goiânia.
Em Anápolis o PSDB deve perder o deputado federal Alexandre Baldy.Preterido pelos tucanos na sucessão do prefeito João Gomes (PT),Baldy pode assinar ficha no PMN.
Na Assembléia Legislativa o presidente da Casa, Hélio de Sousa deve deixar o DEM e se filiar ao PSDB. Hélio acompanha a posição do grupo político que faz parte em Goianésia, onde o prefeito Jalles Fontoura há muito deixou o DEM por divergências com o senador Ronaldo Caiado.
Visando a sucessão de Hélio Sousa na presidência do Legislativo, o deputado Francisco Oliveira também deve se filiar ao PSDB, deixando o PHS sem representante na Casa de Leis. Com esta mesma perspectiva, Thalles Barreto cogita trocar o PTB pelo PSDB.
Dois deputados do PT estão na mira de outras siglas. Renato de Castro é cobiçado pelo PMDB que quer vê-lo candidato a prefeitura de Goianésia, enquanto o decano Humberto Aidar está na mira do PSB e do PDT. O médico Antônio Silva deixa o PDT pelo PMB, partido no qual quer ser candidato à prefeitura de Trindade, onde deve disputar contra o atual prefeito, Jânio Darrot (PSDB) e o também médico e ex-prefeito George Morais.
A REDE que havia ganhado dois deputados deve perder um. Diego Sorgato trocou o PSD pelo partido da ex-ministra Marina Silva, tendo sido acompanhado nesta movimento pelo seu colega de PSD, Lissauer Vieira. Sorgatto deve ser candidato em Luziânia, e Lissauer, em Rio Verde, mas vai disputar por outro partido, que deve está o PP. Claudio Meirelles, que disputou a maioria de suas eleições pelo PR, tem interesse em se filiar ao PTC, partido que já controla na capital.
Em Aparecida de Goiânia o deputado estadual Marlúcio Pereira está deixando o PTB e deve abrigar-se no PRB. O ex-deputado e vice-prefeito Ozair Jose, que no começo do ano deixou o PT para se filiar ao PSDB agora vive um dilema: com a filiação do professor Alcides Ribeiro à legenda, o espaço ficou congestionado para sua candidatura à sucessão do prefeito Maguito Vilela (PMDB). Tanto Ozair, quanto Alcides, garantem que têm apoio do governador Marconi Perillo (PSDB), mas como nem um nem outro quer ceder a vez de ser candidato, a tendência é de que um deles deixe a sigla. E neste caso, a corda pode se partir para o lado de Ozair.
Na Câmara Municipal de Goiânia muitas mudanças devem anteceder o período eleitoral. O vereador Djalma Araújo trocou o PT pelo Solidariedade, mas está fechado com a Rede. A vereador Cida Garcêz, que trocou o PSB pelo Solidariedade agora assina ficha com o PMB. Na base do prefeito Paulo Garcia (PT) o vereador Mizair Lemes (PMDB) entabula entendimentos com o PP. O Grupo Moderado deve sofrer mudanças. Os vereadores que estão filiados ao PSL analisam o quadro. Zander Fábio, Antônio Uchôa e Jorge do Hugo estão filiados ao PSL, mas nem todos devem estar na mesma legenda nestas eleições.
De olho na presumível votação do radialista Jorge Kajuru, o vereador Milton Mercêz se filiou ao PRP, que em Goiás tem como representante o deputado estadual Major Araújo. Junto com Mercêz entraram no PRP o ex-vereador Saulo Furtado, que tem expectativa de voltar à Câmara de Goiânia com na esteira da votação de Kajuru, que na última eleição teve mais de cem mil votos para deputado federal – a maioria deles em Goiânia -, mas não foi eleito por falta de legenda.
O último prazo para o troca-troca de partidos é 18 de março. Até lá, de olho nas prefeituras, deputados, vereadores e candidatos, prosseguem em intensas negociações para escolher em qual projeto estarão conectados.
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