Escolinha de futebol é suspeita de
maus-tratos a alunos, em Goiás
Segundo pais, filho foi agredido e teve de passar a noite fora do alojamento.
Instituição nega agressão e diz que garoto e colega não seguiram regras.
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A Polícia Civil está investigando uma escolinha de futebol por suspeita de maus-tratos aos alunos, em Caldas Novas, a 169 km de Goiânia. O local funcionava como alojamento para adolescentes de 12 a 18 anos de idade de várias partes do país.
Segundo a Polícia Militar, a denúncia foi feita pelos pais de um dos alunos, que é de Catalão, no sul de Goiás. De acordo com eles, o menino foi agredido com uma cadeira por um dos responsáveis pela escolinha. O casal contou ainda que o filho e outros três colegas foram obrigados a passar a noite do lado de fora do alojamento, como mais uma forma de punição, na noite de segunda-feira (8).
“Ao chegarmos aqui, percebemos que as crianças estavam assustadas, do lado de fora e isso já era por volta de meia-noite. Eles estavam no frio e sem condições de entrar no alojamento”, relata o tenente-coronel Wesley Siqueira, comandante da PM.
Ao G1, a escola negou ter cometido qualquer irregularidade ou agressão.
Delegada adjunta de Caldas Novas, Tereza Daniela Nunes Ferreira Magre informou ao G1 que começou a ouvir os menores que moravam na escolinha de futebol. Segundo ela, o suspeito só será intimado depois que os depoimentos foram concluídos.Investigação
A PM informou que o suspeito dos maus-tratos aos alunos estava no local quando os policiais chegaram, mas saiu ao perceber a presença dos carros de polícia. “Ele arrumou uma desculpa que iria ao alojamento e evadiu do local. Ele fugiu”, disse o tenente-coronel Wesley Siqueira.
Conduta
Diretor-presidente da escolinha denunciada, Francisco Alves dos Santos contou ao G1que os dois adolescentes de Catalão chegaram à instituição no domingo (7), mas não se adequaram às regras da escola, que já tinha outros 14 alunos. “Os dois passaram o dia fazendo bagunça. Não respeitavam os horários de comer, tomar banho. Só queriam ficar jogando bola e soltando pipa. Com isso, liguei para a mãe de um deles e pedi que ela os buscasse, pois não podia aceitar a conduta irregular”, afirmou.
Diretor-presidente da escolinha denunciada, Francisco Alves dos Santos contou ao G1que os dois adolescentes de Catalão chegaram à instituição no domingo (7), mas não se adequaram às regras da escola, que já tinha outros 14 alunos. “Os dois passaram o dia fazendo bagunça. Não respeitavam os horários de comer, tomar banho. Só queriam ficar jogando bola e soltando pipa. Com isso, liguei para a mãe de um deles e pedi que ela os buscasse, pois não podia aceitar a conduta irregular”, afirmou.
Segundo ele, os garotos se alimentaram normalmente. “Eu os deixei lá [na escola] enquanto aguardavam a mãe chegar e fui até a casa de um parente. Foi quando me ligaram dizendo para voltar para a escola. Lá, já encontrei a mãe e o pai de um deles, visivelmente alterados, juntamente com uma viatura da PM e o Conselho Tutelar”, explicou.
O diretor nega qualquer tipo de maus-tratos aos alunos: “Aqui, os meninos ficam e recebem todo apoio. Estudam, ganham as refeições, os uniformes e todo o treinamento de futebol. Tudo sem pagar nada. Já acionei meu advogado, que vai apresentar nossa defesa, assim que solicitado”.
Higiene
Na cozinha do prédio, a polícia encontrou alimentos estragados, sem condições de armazenamento. O Conselho Tutelar afirmou que já acompanhava a escolinha havia quatro meses, por suspeitas de outras irregularidades, como falta de higiene e alimentação precária oferecida aos alunos.
Na cozinha do prédio, a polícia encontrou alimentos estragados, sem condições de armazenamento. O Conselho Tutelar afirmou que já acompanhava a escolinha havia quatro meses, por suspeitas de outras irregularidades, como falta de higiene e alimentação precária oferecida aos alunos.
Presidente do Conselho Tutelar em Caldas Novas, Plínio Borges acionou a Vigilância Sanitária e disse que vai acompanhar o caso. “Os adolescentes vão ser encaminhados para o abrigo. Vamos entrar em contato com os pais ou responsáveis, para fazermos a entrega, após serem ouvidos pela delegada. A parte do conselho é entregar e notificar nas respectivas cidades os órgãos para dar o acompanhamento psicossocial para esses adolescentes”, esclarece o conselheiro.
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