Nomeado no último dia 7, Paulo Fona divulgou nota na qual disse ter sido pego 'de surpresa'. 'Esperava maior profissionalismo, o que não encontrei', escreveu; Planalto não se pronunciou.
Por Roniara Castilhos e Filipe Matoso, TV Globo e G1 — Brasília
Paulo Fona, jornalista e agora ex-secretário de Imprensa de Bolsonaro — Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
O secretário de Imprensa da Presidência da República, Paulo Fona, divulgou uma nota nesta terça-feira (13) na qual informou ter sido exonerado por decisão do presidente Jair Bolsonaro.
Nomeado no último dia 7, Paulo Fona ficou uma semana no cargo e, até a última atualização desta reportagem, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência ainda não havia se pronunciado sobre a saída dele.
Na nota divulgada na noite desta terça-feira, Fona disse ter sido pego "de surpresa", acrescentando que "esperava maior profissionalismo", o que ele afirma não ter encontrado.
"A decisão da minha exoneração pelo Presidente da República me pegou de surpresa. Fui convidado para assumir a Secretaria de Imprensa, alertei-os de meu histórico e minha postura profissional e a intenção de ajudar na melhoria do relacionamento com a mídia em geral. O desafio era imenso, sempre soube, mas esperava maior profissionalismo, o que não encontrei", diz um trecho da nota.
Vinculada à Secretaria de Comunicação Social, a Secretaria de Imprensa é a responsável, por exemplo, por divulgar a agenda de compromissos do presidente da República; atender aos jornalistas que cobrem diariamente o Palácio do Planalto; e organizar a participação da imprensa em eventos públicos com a presença do presidente.
Antes de Paulo Fona, o secretário de Imprensa da Presidência era Fernando Diniz. Segundo o site do jornal "O Globo", ele pediu demissão menos de um mês após ter assumido o cargo.
O presidente Jair Bolsonaro ao conceder entrevista coletiva na portaria principal do Palácio da Alvorada — Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Mudança na política de comunicação
Conforme a colunista do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, Bolsonaro decidiu assumir a política de comunicação do governo nas últimas semanas.
Diante disso, passou a conceder entrevistas coletivas diariamente no Palácio da Alvorada, por volta das 8h. "O objetivo é pautar a imprensa", relatou um auxiliar de Bolsonaro.
Os assuntos são, na maioria das vezes, levantados pelo próprio presidente. Mas os repórteres conseguem fazer algumas perguntas sobre temas do dia, e as respostas têm gerado polêmica.
De acordo com o Blog da Cristiana Lôbo, a estratégia de comunicação do governo está a cargo do secretário de Comunicação Social, Fábio Wajngarten, que se reporta diretamente ao presidente. Wajngarten foi indicado para o cargo pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Bolsonaro.
Íntegra
Leia a íntegra da nota divulgada por Paulo Fona:
NOTA
A decisão da minha exoneração pelo Presidente da República me pegou de surpresa. Fui convidado para assumir a Secretaria de Imprensa, alertei-os de meu histórico e minha postura profissional e a intenção de ajudar na melhoria do relacionamento com a mídia em geral. O desafio era imenso, sempre soube, mas esperava maior profissionalismo, o que não encontrei. Em todos os governos que passei de diferentes partidos - MDB, PSDB e PSB - sempre trabalhei com o objetivo de tornar a Comunicação mais ágil, eficiente e transparente e leal às propostas da gestão.
Foi assim que aprendi a trabalhar ao longo de quase quatro décadas, nos principais veículos de comunicação do país e nas secretarias de Comunicação do Distrito Federal, por duas vezes, e do Rio Grande do Sul.
Com meu pai aprendi a respeitar as pessoas e os cargos públicos que me foram confiados.
Construí minha carreira profissional com meus próprios méritos e defeitos. Obrigado a todos os jornalistas que me acolheram de maneira calorosa e esperançosa de que o relacionamento mudaria.
Paulo Fona
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