Macri promete investigação para 'conhecer a verdade' e decreta 3 dias de luto por tragédia com submarino
Presidente argentino fez pronunciamento após ARA San Juan ser encontrado, mais de 1 anos depois de ter sumido com 44 pessoas. Familiares de tripulantes cobram recuperação dos corpos.
Por G1
Imagem mostra parte dos destroços do submarino ARA San Juan encontrado no fundo do Oceano Atlântico — Foto: Marinha Argentina/AFP
O presidente argentino Mauricio Macri fez seu primeiro pronunciamento neste sábado (17) após o submarino ARA San Jun ser encontrado, mais de 1 ano depois de ter sumido com 44 tripulantes.
Além de decretar 3 dias de luto nacional, Macri prometeu investigação para descobrir "a verdade" sobre a tragédia com a embarcação, que foi localizada a 907 metros em uma área de visibilidade bastante reduzida.
"Agora, se abre uma etapa de sérias investigações para conhecer verdade", diss Macri, ainda sem dar mais detalhes de como será o processo.
"Foram 366 dias muito difíceis para todos, mas em especial para os familiares. Hoje é o dia mais triste. Se trata de uma heroína e de 43 heróis que serão insubstituíveis na vida de seus entes queridos", afirmou Macri.
Mauricio Macri, presidente da Argentina, em pronunciamento após submarino ser encontrado — Foto: Reprodução/Facebook/Casa Rosada
Antes de anunciar publicamente a descoberta do submarino, as autoridades da Argentina alertaram aos parentes da tripulação que todos a bordo morreram.
A marinha do país disse que o submarino sofreu uma "implosão" no fundo do Oceano Atlântico e que não é possível realizar o resgate.
"Estamos todos destruídos", disse à AFP Yolanda Mendiola, mãe do cabo Leandro Cisneros, que tinha 28 anos no momento do desaparecimento do submarino.
"Agora queremos saber o que aconteceu, aconteceram falhas, claro. A justiça tem que investigar. Se houver culpados, que sejam punidos. Dá para imaginar. São 44 meninos, e quando entraram naquele submarino, estavam vivos", acrescentou.
Veja quem são os 44 tripulantes do submarino
O que se sabe sobre o caso
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Marinha da Argentina diz que submarino encontrado após um ano implodiu
Protesto de familiares
Um pequeno grupo de parentes saiu às ruas ao amanhecer deste sábado para protestar, mostrando bandeiras argentinas em que escreveram o número 44, aludindo à tripulação do ARA San Juan.
Familiares de vítimas da tragédia com o submarino ARA San Juan fizeram protesto neste sábado (17), em Mar del Plata — Foto: Alfonsina Tain / AFP
Em meio às lágrimas, os manifestantes alegaram que a Marinha escondeu deles informações ao longo deste ano de buscas.
"Acho que viram o submarino antes e não informaram. Passou um ano, e justo no dia seguinte (do aniversário) é encontrado, é estranho", disse neste sábado a advogada Sonia Krescher, pondo em dúvida a versão oficial.
Foto de arquivo, feita em 2014, mostra o submarino ARA San Juan em Buenos Aires — Foto: Argentine Navy/Handout via Reuters
"Vamos pedir que seja recuperado. Os familiares e a causa precisam ver os corpos e saber o que aconteceu", acrescentou.
Boa parte dos familiares permaneceu por um ano em Mar del Plata, aguardando notícias.
"Já o localizaram, agora devem nos entregar nossos familiares", disse Cecilia Kaufmann, namorada do cabo Leiva tripulante do San Juan.
Submarino argentino é localizado — Foto: Juliane Souza/G1
Como foi encontrado?
O anúncio do fim do mistério sobre o paradeiro do submarino foi feito na madrugada. Pouco depois das 2h local (3h, em Brasília), o Ministério de Defesa e a Marinha informaram que a companhia americana Ocean Infinity encontrou a embarcação em uma região de cânions (espécie de rios submarinos), a 600 km da cidade de Comodoro Rivadavia.
O local é o mesmo onde há um ano foi identificada uma "anomalia hidroacústica" semelhante a uma explosão.
Imagem mostra destroços do submarino argentino ARA San Juan — Foto: Marinha Argentina/AFP
Segundo a Marinha, as imagens mostram que o casco do submarino permaneceu bastante intacto, apenas com algumas deformações, e que todas as outras partes se desprenderam. A implosão teria ocorrido em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro do submarino.
A Marinha explicou que o último contato com o submarino foi registrado 8h30 de 15 de novembro do ano passado, e que a explosão foi registrada às 10h51 do mesmo dia.
Na Base Naval Argentina, familiares de tripulantes do submarino ARA San Juan recebem a notícia de que embarcação foi encontrada — Foto: REUTERS/Marina D.
fonte G1
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