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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Ladrões não perceberam que ônibus levava 42 militares, afirma general Veículo com tropa foi assaltado no Paraná; soldado levou coronhada. 'Fizeram certo em não reagir, poderia ter gerado tragédia', diz comandante.



21/01/2015 15h01 - Atualizado em 21/01/2015 15h01

Ladrões não perceberam que ônibus levava 42 militares, afirma general
Veículo com tropa foi assaltado no Paraná; soldado levou coronhada.
'Fizeram certo em não reagir, poderia ter gerado tragédia', diz comandante.



Tahiane StocheroDo G1, em São Paulo

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Os três criminosos que invadiram um ônibus no Paraná não se deram conta que estavam rendendo e assaltando 42 soldados do Exército que combatem o tráfico de drogas no Rio, afirma o general Flávio Lancia, comandante da Artilharia Divisionária da 5ª Divisionária, no Paraná. Ele elogiou os militares por não terem reagido.

“Foi uma ação muito rápida, os ladrões estavam em busca de turistas que se dirigem à fronteira para fazer compras, queriam dinheiro. Perceberam que o grupo não tinha cara de turismo, não acharam nada de valor e terminaram a operação rápido”, diz o general.

Lancia explicou que os militares estavam em um ônibus civil contratado para fazer o deslocamento. Não havia escolta.

O grupo está sendo empregado há quatro meses na operação militar Rio de Janeiro e retornava para Curitiba para um período de descanso de alguns dias com a família.

O ônibus em que estavam foi bloqueado por um carro e invadido pelos criminosos na madrugada de segunda-feira (19) na BR-116, na região metropolitana de Curitiba. Ninguém reagiu e um soldado foi agredido com uma coronhada na cabeça.

“Eu acredito que os ladrões não perceberam que eram militares, achavam que era um ônibus de turismo. Não estávamos em uma operação, mas em um deslocamento civil, em um ônibus contratado para isso. Um soldado foi agredido, até por tática de intimidação dos bandidos. Sofreu um corte superficial na cabeça, mas está bem”, afirma Lancia.
Militares Complexo da Maré (Foto: Leo Correa/AP)

Reação adequada
O Exército ocupa a Maré desde junho de 2014 em um processo de apoio ao governo do Rio de Janeiro para a pacificação da região. Em novembro do ano passado, o cabo Michel Mikami, de 21 anos, foi morto por traficantes com um tiro na cabeça.


Para o comandante, o grupo fez certo em não reagir pois a tentativa de render os criminosos poderia ter acabado “em tragédia”. Apenas um oficial tinha arma particular no ônibus, “que estava em uma bolsa guardada e não tinha como acessar fácil”.Dentre os passageiros havia também oficiais, comandantes da tropa do Paraná na pacificação da Maré.


“Tenho a impressão de que se portaram de maneira adequada, calmos e evitando o confronto e escalar mais a crise, foi o mais importante, pois não houve ferimentos graves e maiores problemas. Naquelas circunstâncias, uma tentativa de reagir e dominar os assaltantes poderia ter terminado em tragédia. Perderam os bens pessoais e, no mais, o resultado foi positivo”, defende o comandante.

Carro localizado
Os criminosos levaram alianças, dinheiro, relógios e celulares. Não foram roubados documentos e cartões de crédito. Segundo o general, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as policiais do Paraná já localizaram o carro usado na fuga pelos ladrões e um menor de idade, suspeito de participar da ação, foi detido. O objetivo agora é recuperar o que foi levado, afirma o general Lancia.

Os militares assaltados integram o 20º Batalhão de Infantaria Blindada do Exército, localizado em Curitiba, e já estão há quatro meses atuando na Maré, onde a tropa é trocada pelo Exército a cada seis meses.

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