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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Colegas de trabalho ficam 'surpresos' com confissão do suposto serial killer 10 Places To Visit Before You Die! Or At Least Visit While You Can. MUST! | BuzzWok.com | The Best Buzzing Stories Frying In One Place (Buzzwok) Vigilantes que atuam em hospital de Goiânia dizem que suspeito era 'calado'. Empresa na qual ele trabalhava afirma que conduta era 'irrepreensível'.


Colegas de trabalho ficam 'surpresos' com confissão do suposto serial killer

Vigilantes que atuam em hospital de Goiânia dizem que suspeito era 'calado'.
Empresa na qual ele trabalhava afirma que conduta era 'irrepreensível'.

Fernanda BorgesDo G1 GO
Tiago Henrique Gomes da Rocha é apontado como autor de 39 mortes em Goiânia, Goiás (Foto: Luísa Gomes/G1)Tiago Henrique Gomes da Rocha é apontado como
autor de 39 mortes (Foto: Luísa Gomes/G1)
Colegas de trabalho do vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, apontado como autor de 39 mortes, em Goiânia, afirmam estar surpresos com o caso . “Sempre o vi por aqui, mas nunca imaginei que ele seria capaz de cometer crimes dessa forma e ainda confessar. Ele era muito calado, não conversava muito, mas nunca desconfiei de nada”, afirmou um vigilante, que não quis ser identificado, em entrevista ao G1.
Tiago trabalhava desde agosto deste ano na empresa de segurança Grupo Fortesul, que tem sede em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Ele prestava serviços de vigilância no Hospital Materno Infantil (HMI), no Setor Oeste, no período noturno.
“Ele sempre foi exemplar, chegava mais cedo para o trabalho, pois fazia o turno das 19h às 7h, e ficava na dele. Eu o rendia em um dos postos, mas ele mal me respondia um bom dia, talvez pelo fato de eu ser mulher. Não dá para acreditar que estávamos ao lado de um possível assassino em série o tempo todo”, relatou uma vigilante, que também não quis se identificar.
Os colegas disseram que nunca viram Tiago acompanhado e que ele demonstrava ser tímido. “Como ele ficava na dele, caladão, a gente também não puxava muito papo. Eu pensava que era por causa da timidez, mas agora depois de tudo isso, de ele ter confessado as mortes, já desconfio que ele não era muito normal mesmo”, ressaltou o colega.

Em entrevista na tarde de sexta-feira (17), Tiago disse que gostaria de pedir desculpas à mãe dele e às famílias das vítimas pelos crimes que cometeu. Ele não respondeu se acredita ser doente mental, mas falou em "arrependimento" e afirmou querer um tratamento médico para se livrar do que ele define como "sentimento de raiva".
O Grupo Fortesul informou, em nota, que a empresa foi “surpreendida” pelas notícias veiculadas pela imprensa e que irá aguardar o andamento das investigações. Segundo a companhia, o vigilante “apresentava condutas irrepreensíveis em seu ambiente de trabalho”.
A empresa ressaltou, ainda, que Tiago estava em fase de contrato de experiência e atuava na área de vigilância desarmada. Ele passou por todo um processo de seleção, no qual apresentou todos os documentos solicitados, incluindo o diploma de formação de vigilantes “em escola autorizada pelo Ministério da Justiça, com registro de certificado junto à Polícia Federal”, e foi aprovado também no exame psicotécnico e admissional.
Já assessoria de imprensa do HMI confirmou ao G1, também por meio de nota, que Tiago iniciou as atividades na unidade no último dia 1º de agosto e que ele prestava serviços no período noturno, em regime de plantão.
Tiago prestava serviço como vigilante no Hospital Materno Infantil (Foto: Fernanda Borges/G1)Tiago prestava serviço como vigilante no Hospital
Materno Infantil (Foto: Fernanda Borges/G1)
Comportamento estranho
Tiago morava com a mãe em uma casa no Setor Conjunto Vera Cruz II, em Goiânia. Na vizinhança, todos dizem que ele era introspectivo e não conversava com ninguém. “Ele chegava, entrava de capacete. Não tinha intimidade com ninguém. Nunca vi ele chegar com alguém na garupa da moto, nem mulher, nem colega, só chegava sozinho. É incrível a gente morar ao lado da pessoa que a gente não conhece”, afirmou uma vizinha, que não quis se identificar.
Uma jovem que conviveu com Tiago desde a infância afirmou que, antes de conseguir o emprego como vigilante, ele estava fazendo muito consumo de bebidas alcoólicas. “Ele não conversava com ninguém e só andava nas ruas de cabeça baixa”.

Os vizinhos relataram que estranham um comportamento de Tiago, já que ele costumava tirar a moto da garagem já de capacete e ficava parado por um tempo, acelerando o veículo, encarando as mulheres que passavam. “Eu tinha uma namorada que ficava com medo. E aí, claro, que eu queria tirar satisfação com ele, mas ela não deixou, pois disse que ele [Tiago] era estranho”, afirmou um vizinho, que também pediu anonimato.
'Raiva da sociedade'
Os delegados que integram uma força-tarefa da Polícia Civil, que investiga uma série de assassinatos contra mulheres na capital, colheram depoimentos do suspeito. Além de confessar os crimes e dizer que agia após o consumo de bebidas alcoólicas, Tiago também alegou que foi abusado sexualmente por um vizinho quanto tinha 11 anos, o que o teria deixado "traumatizado".
Os depoimentos ocorreram na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), onde o vigilante está preso desde terça-feira (14). Além do suposto abuso, Tiago afirmou aos delegados que sofreu bullying na escola, foi vítima de várias traições e desilusões amorosas. Segundo ele, isso o teria feito sentir uma "raiva da sociedade". Para extravasar esse sentimento, ele começou a matar. "Ele ficava angustiado, procurando uma forma de resolver o problema e descobriu que matando ele se sentia melhor", disse ao G1 o delegado Mauricio Massanobo Kai.
Bárbara, Wanessa, Juliana, Janaina, Taynara e Isadora foram algumas das vítimas do suposto serial killer em Goiânia, Goiás (Foto: Arquivo Pessoal)Bárbara, Wanessa, Juliana, Janaina, Taynara e Isadora foram algumas das vítimas (Foto: Arquivo Pessoal)
A aversão por mulheres também marcou os depoimentos do suspeito. "Ele trava quando tem uma mulher na sala. É preciso que um agente homem converse com ele para que ele colabore e continue dando as informações", afirmou a delegada Silvana Nunes. Durante o depoimento ao delegado Alécio Moreira, a escrivã dele teve que sair do local para que o interrogatório continuasse. "Ele simplesmente parou de falar, olhou para ela e disse: 'tem gente demais aqui'", afirmou o delegado.
O advogado que representa o vigilante disse, na sexta-feira (17), que se impressionou com a riqueza de detalhes de seu cliente nos relatos sobre os 39 homicidios assumidos por eleem Goiania. "Eu fiquei realmente perplexo. Nunca vi nada igual", afirmou Thiago Húascar. Para ele, o jovem é "insano" e precisa de tratamento.
No dia anterior, o advogado chegou a afirmar que o suspeito tinha sido coagido a confessar os crimes, mas Húascar agora se diz convicto de que seu cliente realmente é o autor dos assassinatos.

Prisão
De acordo com o superintendente de polícia judiciária de Goiás, delegado Deusny Aparecido, antes de ser capturado, a polícia não tinha o nome do suspeito, mas já sabia de todas as suas características físicas. Assim, na sexta-feira (10), foi emitido um mandado de prisão temporária para um “homem branco, com idade aproximada de 25 anos, aproximadamente 1,87 metro de altura, complição física atlética, sem barba ou bigode, com pelos no peito, rosto afilado, cabelos pretos, curtos e lisos e sobrancelhas grossas, que normalmente se veste bem”.
O mandado também descreve que o suspeito usava capacete e motocicleta de cor preta com placa adulterada.

O vigilante foi preso na Avenida Castelo Branco, na terça-feira (14). Em seguida, ele foi encaminhado à Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), onde prestou depoimento e, de acordo com o delegado, confessou os crimes.
Mapa dos assassinatos em Goiás (Foto: Arte/ G1)
Investigação
Apesar de no início das investigações ter afirmado ter convicção de não se tratar de um único autor das mortes de mulheres, a Polícia Civil disse agora que há cerca de um mês já tinha elementos suficientes que apontavam o vigilante como o assassino nos crimes investigados pela força-tarefa.

Na quinta-feira, a Polícia Técnico-Científica afirmou que os resultados de exames de balística da arma apreendida com Thiago coincidiram com os disparos efetuados em seis homicídios na capital.

Mortes de mulheres
O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres em Goiânia ocorreu em 18 de janeiro deste ano, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por um motociclista no Setor Lorena Park. A morte mais recente foi a de Ana Lídia Gomes, baleada em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova, no dia 2 de agosto. Um motociclista passou pelo local e disparou contra a garota, que não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a polícia, dentre os demais crimes cometidos pelo homem, estão mortes de moradores de rua e homossexuais. Os outros homicídios de mulheres não assumidos pelo homem, segundo a Polícia Civil, continuarão sendo investigados.

No ano passado, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o vigilante por furtar uma placa de uma motocicleta no estacionamento de um supermercado de Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram ele cometendo o crime. Também no ano passado, ele foi preso em flagrante em uma motocicleta com placa roubada, mas foi solto. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial.

Segundo a Polícia Civil, o jovem foi identificado em imagens registradas por câmeras de segurança no último domingo (12), próximo à lanchonete em que uma mulher foi agredida por um motociclista. O caso foi incluído na força-tarefa. Segundo testemunhas, o motociclista de capacete vermelho 
http://g1.globo.com/goias/noticia/2014/10/colegas-de-trabalho-ficam-surpresos-com-confissao-do-suposto-serial-killer.htmlatirou na jovem, mas a arma falhou. Então, ele deu um chute na boca dela.

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