Família de Luziânia procura por adolescente que sumiu de abrigo de recuperação em Goiânia
Pai afirma que Wesley Ferreira dos Santos, de 14 anos, tem esquizofrenia e toma remédios controlados. O caso foi registrado na Polícia Civil.
Por Murillo Velasco e Berenice Leite, G1 GO e TV Anhanguera
Wesley Ferreira dos Santos está desaparecido há 14 dias em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A família de Wesley Ferreira dos Santos, de 14 anos, procura pelo adolescente que desapareceu há 15 dias de um abrigo onde passava por tratamento, em Goiânia. De acordo como pai, Joaquim Ferreira Campos, o filho sofre de esquizofrenia e toma remédios controlados. O caso foi registrado na Polícia Civil.
“A compulsão dele, ele é ‘desinquieto’ de tudo, por isso está difícil encontrá-lo”, disse o pai.
Por telefone ao G1, o coordenador do Abrigo Adonai, Moisés Rodrigues Santos, disse que o adolescente foi embora do local por vontade própria e que, no momento que ele saía, comunicou a família que, segundo ele, falou que uma tia do menor o buscaria no local. No entanto, Wesley não esperou saiu do abrigo. Moisés disse que, de imediato, comunicou o Conselho Tutelar e os responsáveis, para que tomarem conhecimento do fato.
O coordenador afirmou que, mesmo que o acolhido no abrigo seja menor de idade, não tinha mecanismos legais para mantê-lo dentro do local até a chegada dos parentes. Moisés disse que depois de sair do abrigo, Wesley foi para o SOS, de onde saiu após dois dias abrigado.
"Nós somos um abrigo de acolhimento para adolescentes que precisam de auxílio, nós não somos clínica. Hoje em dia, principalmente na modalidade de acolhimento, o direito de ir e vir é inerente a qualquer pessoa. Se ele foi avaliado por um médico que disse que ele tem o direito de ir e vir, eu não posso privá-lo da liberdade. Quem pode privá-lo da liberdade é só o juiz, por meio de uma medida cautelar."
"Quem sou eu para poder contestar os profissionais competentes para fazer tal avaliação?", disse o coordenador.
O adolescente foi internado no dia 2 de setembro. O pai conta que ele foi para o acolhimento por vontade própria, para acompanhamento psiquiátrico, mas, no último dia 4, a família, que mora em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, recebeu uma ligação dizendo que o adolescente não queria mais ficar no abrigo.
Joaquim conta que pediu para que os responsáveis pela clínica segurassem o adolescente até que ele chegasse, mas quando ele chegou ao local, o filho já não estava mais.
“Quando eu vim buscar o histórico escolar, recebi o telefonema dizendo que ele não se encontrava mais lá. Estas pessoas da clínica eu não posso nem chamar de irresponsáveis, porque eles falaram que fica quem quiser. Mas eles não podiam ter soltado um menino de 14 anos em um ambiente que ele nem sabe onde ele esta”, disse.
Em contraponto ao que disse o pai, o coordenador afirmou que a família soube, desde o primeiro momento, que o filho estava saindo do local.
"No momento em que o adolescente estava saindo da instituição, nós ligamos para a avó, ela não quis falar com ele, disse que não falaria com ele, que estava cansada. Nós falamos, 'mas ele está saindo da instituição', tem alguém para vir buscá-lo? Disse 'não quero falar com ele, pede para ele aguardar uma tia'. Nós falamos com ele que a vó pediu para aguardar a tia, ele ficou irritado, não quis aguardar e saiu pelo portão".
"Nós falamos 'ele está saindo, não quer ficar', ela falou 'não estou nem aí' Daqui ele foi para o SOS, onde ficou dois dias. Então, ele não desapareceu daqui", afirmou.
A principal preocupação da avó, Ermelinda de Jesus, é com os remédios controlados. Segundo ela, são três medicamentos por dia, para controlar a ansiedade do adolescente.
“Está difícil, mas eu tenho dó porque o menino é uma pessoa muito bonita, é uma pessoa para ajudar, levantar este menino”, disse a avó.
A Polícia Civil informou que quem tiver alguma informação sobre Wesley pode entraram em contato com a corporação por meio do telefone 197.
G1 Goiás.
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