Garota que luta para não ficar cega passa por cirurgia em Goiânia
Médico diz que procedimento foi um 'sucesso' e paciente está bem.
Operação visou preservar 20% da visão do olho esquerdo que ela ainda tem.
A estudante Daniely de Souza Veras, de 13 anos, que tem glaucoma congênito e lutava por uma cirurgia na rede pública de saúde, passou por uma operação no olho esquerdo na noite de quinta-feira (9), no Banco de Olhos de Goiânia. O procedimento, que visou manter os 20% de visão que a menina ainda tem, foi "um sucesso", segundo a equipe médica.
Mãe de Daniely, Eva Veras disse, na manhã desta sexta-feira (10), que a filha sentiu um pouco de dor no olho após a cirurgia, mas passa bem. “Graças a Deus correu tudo bem, estava muito nervosa, agora é uma nova fase”, disse ao G1.
Depois de o caso ganhar repercussão nacional, ela conseguiu a cirurgia. Realizada pelo oftalmologista Francisco Wellington, a operação durou cerca de uma hora. A menina foi liberada depois do procedimento e, nesta manhã, voltou ao hospital para nova avaliação, quando já recebeu alta médica.A família da menor mora em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, e lutava há anos para conseguir o procedimento. Sem o atendimento adequado, a adolescente já perdeu a visão do olho direito e corria o risco de ficar sem a do esquerdo também.
De acordo com o médico André Luis de Sousa Martins, que acompanha o caso da estudante, a pressão intraocular está controlada, evitando uma lesão do nervo óptico de Daniely. “Agora é preciso acompanhar para que mantenha os 20% de visão. A pressão estava muito alta e ela corria o risco de perder o que lhe restava”, diz.
A estudante deve passar por nova consulta na próxima semana. Martins explica que a situação do olho direito ainda será avaliada.
Glaucoma
A doença foi descoberta ainda nos primeiros meses de vida. Quando tinha cinco anos, com ajuda de várias pessoas, a garota conseguiu fazer a primeira cirurgia para corrigir o problema. Porém, depois de algum tempo, o glaucoma retornou e Daniely voltou a buscar ajuda médica.
A doença foi descoberta ainda nos primeiros meses de vida. Quando tinha cinco anos, com ajuda de várias pessoas, a garota conseguiu fazer a primeira cirurgia para corrigir o problema. Porém, depois de algum tempo, o glaucoma retornou e Daniely voltou a buscar ajuda médica.
Para amenizar a dor, Daniely precisa usar três colírios, cada um custando cerca de R$ 80. Entretanto, a família não tem condições de arcar com os custos elevados e conta com a ajuda de outras pessoas que doam os remédios. “Ela sente dor de cabeça, dor nos olhos e sai muita água deles. Ela, quando dorme, nem fecha o olho mais”, contou, antes da cirurgia, a mãe da menor.
Apesar das dores e dificuldades impostas pela doença, a estudante não desiste de continuar frequentando a escola. Cursando o 5º ano do Ensino Fundamental, ela é uma aluna exemplar e sempre tira boas notas. Entretanto, para que ela possa fazer as provas e as atividades, os professores precisam aumentar o tamanho da letra para que ela consiga ler.
Solidariedade
Comovida com a situação da aluna, a diretora da escola, Veridiana Moreira, se mobilizou para ajudar a família e conseguiu os exames necessários para uma nova cirurgia, no começo deste ano. “Na época, nós fizemos todos os exames e eu cobrei uma satisfação de porque não ter conseguido fazer a cirurgia”, conta.
Comovida com a situação da aluna, a diretora da escola, Veridiana Moreira, se mobilizou para ajudar a família e conseguiu os exames necessários para uma nova cirurgia, no começo deste ano. “Na época, nós fizemos todos os exames e eu cobrei uma satisfação de porque não ter conseguido fazer a cirurgia”, conta.
Na ocasião, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o caso de Daniely estava sendo avaliado pelos médicos e que ela tinha uma consulta agendada apenas para o próximo dia 24 de julho. De acordo com a equipe médica, a paciente ainda deveria passar por novos exames para ter o diagnóstico com precisão antes de fazer a cirurgia pela rede pública de saúde.
Após reportagem sobre a luta de Daniely para não ficar cega, internautas se comoveram com o caso e se dispuseram a ajudá-la. Com o apoio, ela não precisou aguardar para fazer o procedimento no DF e agora já se recupera da cirurgia.
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