Jayme Rincón: "Sou totalmente contra a estabilidade do servidor público"
Em meio aos desgastes do governo estadual com a greve de policiais civis, o presidente das agências de Transportes (Agetopo) e de Comunicação (Agecom) e homem forte do governo Marconi Perillo (PSDB), Jayme Rincón, disse ontem que é "totalmente contra a estabilidade do servidor público". Segundo ele, a estabilidade é "uma das grandes causas da má qualidade do serviço público".
Em entrevista ao programa Roda de Entrevista, na TBC, ele disse que as greves e cobranças dos servidores são injustas porque o governador fez a maior recomposição salarial do funcionalismo público de Goiás. Afirmou ainda que defende a manutenção de comissionados. "Eles têm um diferencial: podem ser demitidos."
Com o maior número de comissionados no País, segundo levantamento do IBGE, o governo de Goiás propôs a redução de 3,3 mil comissionados até o ano que vem, mas não há data estabelecida para o corte.
Veja trechos da entrevista.
"Toda categoria tem direito de reivindicar melhores condições salariais. Isso é democrático. Agora, no caso do governador Marconi Perillo eu acho uma tremenda injustiça. Ele fez a maior recomposição salarial do funcionalismo público na história de Goiás. Estamos concluindo um levantamento para compararmos o salário real de todas as categorias em 1998 e agora. Hoje, o funcionalismo está brigando se parcela ou não a data-base. Antigamente brigava-se por 200, 300, 400% de aumento salarial e reconhecimento e valorização, algo que o governador fez nos seus outros dois mandatos."
"Se compararmos o salário do servidor público com a iniciativa privada, veremos que o funcionalismo público em Goiás ganha muito bem. Merecidamente. Não discuto isso. Presta um serviço relevante para a sociedade. Agora querer condenar o governador Marconi Perillo, que foi o grande responsável por resgatar o funcionalismo, dar dignidade, pagar os salários no mês trabalhado, pagar o 13º no aniversário? Isso é um diferencial muito grande. E não está sendo levado em conta pelo funcionalismo agora, que começa a se indispor com o governador por conta de 2 ou 3% de data-base. O governo anterior não aplicou nenhuma data-base. E não foi execrado pelo funcionalismo público."
"Não temos comissionados com altos salários. O efetivo ganha muito mais do que o comissionado. A demissão de comissionados não vai ter muito impacto no ajuste das contas. Isso é mais uma pressão muito grande que existe por parte de segmentos da sociedade e até da imprensa, que têm uma indisposição muito grande com o comissionado. Eu particularmente sou defensor do comissionado. Como dirigente de dois órgãos importantes do governo, sou defensor do comissionado. Nas pastas em que trabalho, os comissionados prestam um excelente serviço, estão todos os dias trabalhando, são dedicados, trabalham fora do horário de expediente, e dão uma contribuição enorme. Acho que temos de ter comissionados, sim, e enfrentar esse problema de frente. O comissionado tem um diferencial: ele pode ser demitido. Diferentemente do efetivo, que não pode. Eu acho que a estabilidade do servidor público é uma das grandes causas da má qualidade do serviço. Sou totalmente contra a estabilidade. Ela não existe na iniciativa privada. Não existe em lugar nenhum."
Nenhum comentário:
Postar um comentário