Nilton Borgato (detalhe), ex-secretário de Estado foi preso em um prédio de luxo na Capital
O ex-secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secitec), Nilton Borgato, foi preso na manhã desta terça-feira (19) em um prédio na região da Avenida do CPA, em Cuiabá, durante a Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal.
A ação, que é coordenada pela PF da Bahia, visa desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.
Além de Borgato, também foi alvo da operação o lobista Rowles Magalhães, ex-assessor especial durante a gestão Silval Barbosa, que se tornou conhecido ao denunciar, em 2012, um esquema de pagamento de propina referente à licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Ao todo, são cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Apenas para Mato Grosso, foram expedidas cinco ordens judiciais.
Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.
Operação Descobrimento
Investigação teve início após polícia encontrar 595 kg de cocaína em fuselagem de aviã
As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador e pela Justiça portuguesa.
A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.
O esquema
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento.
A empresa, segundo informações preliminares, seria ligada ao lobista Rowles Magalhães.
Durante a inspeção da aeronave, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem.
Conforme a PF, a partir de então foi possível identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
No curso das investigações, a PF contou com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration - Agência norte-americana de combate às drogas), da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária Portuguesa e do Ministério Público Federal.
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