Em operação sigilosa, novos caças Gripen da Força Aérea Brasileira desembarcam em Navegantes
Juntos, os dois aviões militares custam cerca de R$ 1 bilhão e carregam tecnologia de ponta, inclusive no armamento.
Autor Brunela Maria
Foram desembarcados neste sábado (2), os dois novos caças Gripen F-39 da Força Aérea Brasileira (FAB), em Navegantes. Eles chegaram durante a noite de sexta-feira em um navio de bandeira holandesa que atracou às 22h30 no cais da Portonave, em Navegantes. Conforme divulgado pela colunista Dagmara Spautz, da NSC, a operação é sigilosa e o acesso à embarcação é restrito – mas o perfil shipspotting_itajai, que reúne imagens da movimentação do Complexo Portuário do Itajaí-Açu, publicou fotos exclusivas da chegada e retirada dos aviões do navio.
Foto: @shipspotting_itajai
As fotos mostram as aeronaves ainda embarcadas e içadas pelos guindastes que operam os contêineres. As imagens foram creditadas aos perfis @ricardo_zp21 e @anderson_conejo. Os aviões, que foram construídos na Suécia, deverão fazer o primeiro voo no Brasil a partir de Santa Catarina, em data ainda não divulgada.
A decisão da FAB de trazer os aviões supersônicos ao Brasil embarcados em um navio, e não pelo ar, chama atenção. Fontes do setor ouvidas pela coluna, em condição de anonimato, disseram que a escolha do transporte marítimo leva em conta os custos, e é praxe nesse tipo de entrega.
Construídos como armas de guerra, os caças têm algumas particularidades que tornariam a travessia pelos ares inviável. Uma delas é a autonomia de voo, menor do que a de uma aeronave comercial de transporte de passageiros. Caso voassem a partir da Suécia, os aviões precisariam de pausas para abastecimento estabelecidas no roteiro – o que encareceria a operação.Foto: Reprodução
Os especialistas dizem que também seria necessário mobilizar pilotos e aeronaves de retaguarda da FAB, o que multiplicaria os custos do transporte. Outro ponto levado em conta é a burocracia que envolve sobrevoar o espaço aéreo de outros países com uma aeronave de guerra, incrementada com diversos tipos de armamento, como mísseis de longo e curto alcance. A alternativa seria transportar os aviões sem os equipamentos bélicos.
Na aviação mundial, um dos países que costumam fazer entregas “pelo ar” são os Estados Unidos. Parte dos caças F-5 norte-americanos comprados pelo Brasil ao longo das últimas décadas, que agora serão aposentados pela FAB com a chegada dos Gripen, chegaram ao país voando. Para isso, exigiram abastecimento em voo.
Sigiloso
O desembarque dos caças Gripen em Navegantes é mantido em sigilo pelo porto, pela Saab – empresa sueca que construiu os aviões de guerra – e pela FAB. Mas é possível sondar os próximos passos, levando em conta a primeira operação de chegada de aeronaves que ocorreu em setembro de 2020, quando a Portonave recebeu o Gripen de ensaios.
O avião chegou lacrado, na área interna do navio, e a retirada levou cerca de seis horas – uma operação cercada de cuidados. A aeronave permaneceu por alguns dias no porto, até ser rebocada ao Aeroporto de Navegantes, onde decolou pela primeira vez no Brasil.
Fonte: NSC/Colunista Dagmara Spautz
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