Polícia descobre núcleos da maior facção da Venezuela no Brasil
Situação na fronteira entre Brasil e Venezuela segue tensa - Foto: AP Photo/Edmar BarrosMore
Resumo da notícia
Presença dos traficantes agrava a situação de insegurança na região
Grupo disputa o território com organizações criminosas brasileiras
A Polícia Federal (PF), em conjunto com setores de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Secretaria de Segurança de Roraima, encontrou núcleos de atuação da facção venezuelana Pranato na fronteira entre os dois países.
O secretário de Segurança do estado, Olivan Júnior, afirma que a presença da organização criminosa tende a agravar um quadro já preocupante de insegurança. A divisa entre a cidade venezuelana de Santa Elena e Pacaraima, no extremo norte de Roraima, é usada como corredor para o tráfico de drogas, armas e pessoas. Três facções brasileiras já disputam o território: Família do Norte (FDN), Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
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A organização venezuelana cobra uma taxa para auxiliar na travessia de um país ao outro. Há relatos de que, entre abril e maio deste ano, quando a barreira de ligação entre os dois países foi fechada, a facção cobrava até US$ 1.000 (pouco mais de R$ 4.000) para garantir a passagem de venezuelanos para o Brasil.
O Pranato é a maior facção da Venezuela. Surgiu nas prisões do país – especificamente, Tocorón, onde o líder Héctor Rustherford Guerrero Flores comandou uma rebelião em outubro de 2016. Conhecido como “El Niño”, ele fugiu e está foragido desde então. Foi condenado por extorsão, tráfico de drogas e assassinatos.
A organização criminosa cresceu em um contexto crítico no sistema carcerário venezuelano. De acordo com um relatório de 2017 do Observatório Prisional da Venezuela (OVP), quando a facção surgiu, os presídios tinham uma taxa de superlotação de 400%. Além disso, os prédios estão deteriorados, há falhas na classificação dos detentos e faltam serviços vitais básicos. A posse e o tráfico de armas e drogas são rotina nas prisões.
Foi justamente nos presídios brasileiros que os setores de inteligência identificaram as células do Pranato. Desde janeiro de 2017, quando um massacre deixou 33 presos mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, é realizado um monitoramento do sistema carcerário de Roraima.
Cerca de 5% dos presos no estado são da Venezuela. "Quando são levados aos presídios, parte deles se identifica como integrante do Pranato", relata o secretário de Segurança
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