Delegado diz que acusado do caso juíza queria matar PM e incriminá-lo
Victor Carvalho, da PF, é um dos ouvidos nesta sexta sobre o assassinato.
Plano não teria se concretizado porque armas do crime foram encontradas.
Julgamento do caso juíza (Foto: Fabrício Costa/G1)
Uma das testemunhas ouvidas no Tribunal de Júri de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, nesta sexta-feira (11), o delegado da Polícia Federal Victor Cesar Carvalho revelou que um dos 11 policiais acusados da morte da juíza Patrícia Acioli tentou armar um plano para incriminar outro PM do batalhão de São Gonçalo pela morte da magistrada. Os depoimentos do caso recomeçaram nesta manhã.Segundo ele, o policial teria se encontrado com dois milicianos da Zona Oeste para entregar a arma usada no crime.
Os dois milicianos teriam, então, levado a arma para um morro Zona Oeste do Rio para escondê-la.
Após ser preso pelo crime, o policial teria feito contato com um PM, que seria chefe da segurança do jogador Ronaldinho Gaúcho. O policial preso teria tramado, junto com o segurança do jogador, o assassinato de um PM do batalhão de São Gonçalo, que também respondia por um crime. Depois que a vítima já estivessa morta, a arma seria colocada em sua mão para incriminá-la pelo assassinato da juíza.
"Esse PM seria morto e a arma colocada na mão dele, como forma de acusá-lo pela morte da juíza", disse o delegado da PF.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa de Ronaldinho Gaúcho, mas não obteve resposta.
No entanto, o plano não teria se concretizado porque a Polícia Federal chegou à favela e achou a arma a tempo de evitar o crime. O PM que seria assassinado não foi identificado.
Secretário de juíza depôs
O secretário da juíza Patrícia Acioli foi a primeira testemunha de acusação a depor. Dario Silva Leal garantiu que a magistrada era ameaçada de morte há 13 anos.
"Tenho conhecimento que a juíza recebia ameaças constantes desde quando estava à frente da Comarca de Itaboraí, em 1998. Essas ameaças não foram diretas, sempre chegavam por meio da inteligência das polícias Civil, Militar e Federal. Ela só levava à frente as denúncias oficiais, pois os boatos eram inúmeros", disse o secretário.
A segunda testemunha ouvida no Fórum de Niterói foi o segundo-tenente do 7º BPM (São Gonçalo) Denildo Santos Correia. O policial revelou que dados da juíza assassina foram acessados no portal de segurança do Rio, através desse batalhão da PM.
"Poucas pessoas tinham acesso a essa senha. No caso, a senha utilizada foi a do sargento Menezes, que garante não ter fez uso das informações. Tinha ouvido boatos dentro do batalhão de que o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira seria preso pela magistrada", afirmou o policial militar.
Oito testemunhas serão ouvidas nesta sexta - seis de acusação e duas de defesa - entre elas, o ex-comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Mario Sérgio Duarte.
Relembre o caso
Patrícia foi morta no dia 11 de agosto, com 21 tiros, quando chegava em sua casa, em Niterói. A juíza tinha um histórico de condenações contra criminosos que atuavam em São Gonçalo. Entrem os alvos investigados por ela, estavam quadrilhas que agem na adulteração de combustíveis e no transporte alternativo, entre outros crimes.
Investigações apontam que a ordem para o crime teria sido do tenente-coronel Cláudio Oliveira, na época comandante do batalhão de São Gonçalo, cidade onde Patrícia atuava como juíza criminal.
Investigações apontam que a ordem para o crime teria sido do tenente-coronel Cláudio Oliveira, na época comandante do batalhão de São Gonçalo, cidade onde Patrícia atuava como juíza criminal.
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