Estudante baleada em escola de Goiânia diz 'reviver' tragédia após massacre em Suzano: 'Filme de terror'
Isadora de Morais estava na sala do Colégio Goyases em que um aluno de 14 anos abriu fogo. Ela ficou paraplégica. Tiros mataram dois colegas e deixaram outros três feridos.
Por Paula Resende, G1 GO
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Estudante baleada em escola de Goiânia diz 'reviver' tragédia após massacre em Suzano
Sobrevivente da tragédia no Colégio Goyases, a estudante Isadora de Morais, de 15 anos, conta que sofre ao ver o ataque que aconteceu em uma escola de Suzano, em São Paulo, que deixou 10 mortos. Ela diz que está revivendo o dia em que um colega atirou dentro da sala de aula e deixou dois amigos mortos.
“Fico muito triste, me faz relembrar de tudo o que aconteceu comigo, me passa um filme de terror porque me lembro de tudo que aconteceu, do momento que fui atingida, o momento em que fiquei na sala de aula com o atirador”, diz a estudante.
Isadora completa que, para ela, foram muitos minutos de desespero. Ela ficou paraplégica por causa do tiro que a atingiu.
“Foi tudo muito rápido para todos que estavam de fora, mas para mim, que fiquei lá na sala, foi uma eternidade”, diz a adolescente.
Vídeo mostra ação de assassino no ataque a escola em Suzano — Foto: Reprodução GloboNews
A tragédia aconteceu em 20 de outubro de 2017, em uma sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia. Os tiros disparados por um colega de 14 anos causaram as mortes de João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, e deixaram Isadora e mais três alunos feridos.
Filho de um casal de policiais militares, o atirador foi apreendido após o ato. Ele foi condenado a 3 de internação e, desde então, está em um centro para menores infratores.
Tragédia no Colégio Goyases, em Goiânia, aconteceu em outubro de 2017 — Foto: Sílvio Túlio/ G1
Isadora ficou 54 dias internada e recebeu alta em 13 de dezembro de 2017. Ao deixar o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), a estudante foi surpreendida pelo ídolo, o cantor Israel Novaes. Em seguida, ganhou uma festa surpresa.
No dia seguinte, em entrevista ao G1, Isadora contou que o atirador disse a ela que não tinha a intenção de machucá-la. “Eu me lembro de tudo, mas o que fica marcado mesmo é o momento em que eu fui atingida e ele falou pra mim que não era para ter me atingido, e eu rastejando, não estava sentindo as pernas. Pedia socorro, ninguém vinha”, contou Isadora, na época.
Desde então, Isadora faz terapia, duas vezes por semana, no Crer. A estudante também ganhou um tratamento em São Paulo.
Isadora de Morais fica paraplégica após ser baleada no Colégio Goyases — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
— Foto: Arte/ G1
TIROS EM ESCOLA DE GOIÂNIA
FONTE G1