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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Atleta marroquino do boxe é preso por suspeita de estupro na Vila Olímpica Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira. Ele teria estuprado duas camareiras brasileiras na quarta-feira.

Atleta marroquino do boxe é preso por suspeita de estupro na Vila Olímpica

Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira.
Ele teria estuprado duas camareiras brasileiras na quarta-feira.

Gabriel BarreiraDo G1 Rio
O boxeador Hassan Saada posa após treino no Riocentro, em foto de segunda-feira (1º) (Foto: Yuri Cortez/AFP)O boxeador Hassan Saada posa após treino no Riocentro, em foto de segunda-feira (1º) (Foto: Yuri Cortez/AFP)
O atleta marroquino de boxe Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (5) suspeito de ter estuprado duas camareiras brasileiras na Vila dos Atletas, na quarta-feira (3).
A prisão temporária do boxeador foi decretada pelo Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, com base em provas reunidas por investigadores da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes).

O atleta iria competir neste sábado (6), às 12h30, no Pavilhão 6 do RioCentro, com o turco Mehmet Nadir Unal, mas pode estar fora dos Jogos Olímpicos porque deve ficar preso por 15 dias. Veja mais detalhes sobre o lutador.

De acordo com a polícia, ele teria chamado as duas camareiras como se quisesse pedir uma informação. Quando elas entraram no quarto para ver o que o boxeador queria, ele as atacou e começou a apertar as coxas de uma delas e os seios da outra.
Segundo o Código Penal, o crime de estupro se configura se o autor forçar a vítima a ter conjunção carnal, praticar ato libidinoso (qualquer um que vise prazer sexual) ou obrigar a vítima a permitir que se pratique ato libidinoso com ela. Portanto, qualquer ato com sentido sexual praticado sem consentimento é considerado estupro. Entenda o que diz a legislação brasileira.
Hassan Saada estava com mais dois atletas no quarto, que nada teriam feito com as duas mulheres. Segundo a polícia, elas conseguiram se desvencilhar e saíram do quarto.

"A gente espera que sirva de exemplo. Para nós, mulheres, é um desrespeito muito grande. Independente da cultura, a lei é o que vale. Pode andar com mais roupa, menos roupa. Há alguns boatos de que houve outros casos na Vila Olímpica", disse a delegada Carolina Salomão.

Lutador vai para Bangu
Saada deve ser transferido ainda nesta sexta-feira para um presídio em Bangu, na Zona Oeste. Como não tem nível superior, deve ficar detido em presídio comum. Antes da transferência, no entanto, as vítimas terão que reconhecê-lo, já que ele foi identificado inicialmente por foto.

Natural de Casablanca, maior cidade marroquina, Saada conseguiu a classificação para a Olimpíada na categoria meio-pesado apenas em junho deste ano, no torneio qualificatório em Baku, no Azerbaijão. Ele foi o nono colocado no Mundial de boxe de 2015, em Doha.

O Comitê Rio 2016 afirmou que está ciente do caso, que a prisão extrapola o âmbito esportivo e que vai colaborar com as investigações no que for necessário.
Lutador de boxe marroquinho é suspeito de estuprar camareiras brasileiras na Vila Olímpica (Foto: Reprodução / Facebook)Lutador de boxe marroquinho é suspeito de estuprar camareiras brasileiras na Vila Olímpica (Foto: Reprodução / Facebook)
Outra suspeita de estupro
No domingo (31), o segurança Genival Ferreira Mendes, funcionário da empresa Gocil, que presta serviços ao Comitê Rio 2016, foi autuado em flagrante suspeito de praticar ato libidinoso contra uma bombeiro civil dentro do Velódromo, no Parque Olímpico.

De acordo com o Comitê Rio 2016, a empresa Gocil foi notificada de que o funcionário "infringiu o código de conduta e ética do Comitê".
fonte g1

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Governadores fecham acordo com Fazenda sobre dívida dos Estados Com o acordo, os estados terão 100% de desconto nas parcelas de julho até dezembro.


Governadores fecham acordo com Fazenda sobre dívida dos Estados
Com o acordo, os estados terão 100% de desconto nas parcelas de julho até dezembro.




(Foto: Divulgação


Depois de três horas de reunião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e representantes de 25 estados chegaram a um acordo para refinanciar a dívida das unidades da Federação. Os estados e o Distrito Federal terão carência de seis meses nas parcelas até dezembro. A partir de janeiro, as prestações terão descontos, que serão progressivamente reduzidos até julho de 2018.




Com o acordo, os estados terão 100% de desconto nas parcelas de julho até dezembro. A partir de janeiro, o desconto cai para dez pontos percentuais a cada dois meses, até ser zerado em julho de 2018, quando os estados voltarão a pagar o valor integral das prestações.



Os 11 estados que conseguiram liminares no Supremo Tribunal Federal para corrigir as dívidas por juros simples (somados ao estoque da dívida) aceitaram desistir das ações na Justiça e voltarão a pagar as parcelas corrigidas por juros compostos (multiplicado ao estoque da dívida). O que os estados deixaram de pagar à União nos quase três meses em que vigoraram as liminares será quitado em 24 vezes a partir do próximo mês.


Simbologia

O acordo foi fechado em reunião entre Meirelles, 18 governadores, quatro vice-governadores e três secretários de Fazenda. No momento, os representantes dos estados estão no Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente interino, Michel Temer, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros.


O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, saiu do encontro sem falar com a imprensa. Na sexta-feira (17), o estado decretou situação de calamidade nas finanças.


“Nós demos um passo muito importante para a retomada do desenvolvimento econômico. Nós tínhamos que virar essa página. A proposta aceita pela equipe econômica atende aos governadores. Isso significará um alívio para os estados, que poderão usar esses recursos para o pagamento de servidores, para custeio da máquina e até para novos investimentos”, afirmou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.


“Nós tivemos ganhos parciais, mas o entendimento é uma simbologia no momento do país. Ele equilibra as contas dos estados com contrapartidas que, no longo prazo, permitem a correção dos limites das despesas. Nós adquirimos as condições de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo.


Primeiro estado a conseguir liminar que determinava a correção da dívida por juros simples, Santa Catarina reivindicava ainda que a mudança do indexador da dívida dos estados, que entrou em vigor este ano, retroagisse às parcelas pagas desde a renegociação entre os estados e a União no fim do anos 1990.

Mais cedo, o Ministério da Fazenda tinha feito outra proposta aos governadores, que previa carência apenas por dois meses. As parcelas teriam desconto de 100% a partir de julho e o abatimento cairia gradualmente a cada bimestre até baixar para 40% em julho do ano que vem.

No segundo semestre de 2017, o valor das prestações ficaria estável, mas voltaria a subir em janeiro do ano seguinte, até o desconto ser zerado e os estados voltarem a pagar o valor integral das parcelas em julho de 2018.

A primeira proposta da equipe econômica foi apresentada pela secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, aos governadores e aos demais representantes dos estados em reunião na residência oficial do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, na manhã de hoje.

Antes do encontro no Ministério da Fazanda, o governador de Goiás, Marconi Perillo, havia informado que os estados trabalhariam para conseguir carência de 24 meses nas parcelas.

Polícia desarticula quadrilha especializada na explosão de agências bancárias do interior de Goiás Sete homens foram presos na última quarta-feira suspeitos de envolvimento em pelo menos 1/3 dos casos registrados neste ano


Polícia desarticula quadrilha especializada na explosão de agências bancárias do interior de Goiás
Sete homens foram presos na última quarta-feira suspeitos de envolvimento em pelo menos 1/3 dos casos registrados neste ano
Do Mais Goiás



A Polícia Civil apresentou na tarde desta segunda-feira (20/6) os resultados da Operação Crepitus, que culminou na prisão de sete homens suspeitos de envolvimento nos crimes que ficaram conhecidos como “novo cangaço” em diversos municípios do interior de Goiás. Nessa modalidade, os bandidos invadem municípios pequenos com armamento pesado e efetuam disparos em vias públicas e órgãos policiais, enquanto outra parte do mesmo grupo explode agências bancárias e caixas eletrônicos na tentativa de subtrair dinheiro.

O delegado Alex Vasconcellos, do Grupo Antirroubo a Bancos (GAB), vinculado à Delegacia de Investigações Criminais (Deic), afirmou que o grupo preso foi o responsável por pelo menos 1/3 dos crimes contra instituições financeiras ocorridas em Goiás neste ano. Somente nos últimos três meses, período em que estavam sendo monitorados pela polícia, esses criminosos realizaram cinco ataques em municípios diferentes: Montes Claros de Goiás, em 23 de abril, Britânia, em 15 de maio, Bom Jardim de Goiás, em 28 de maio, Aragarças, em 2 de junho, e Itapirapuã, em 7 de junho.

“O GAB voltou seus esforços a fim de identificar essa organização criminosa. Através de várias diligencias do serviço de inteligência foi feito o monitoramento dessa quadrilha e a comprovação de que eram eles que faziam essa prática criminosa na região oeste do Estado. Diante de tal, foi representado à Justiça pelos mandados de prisão preventiva de alguns dos elementos, e outros foram presos em flagrante delito na semana passada”, explicou o delegado.

As prisões dos suspeitos ocorreram na última quarta-feira (15/6) nos municípios de Goianira e Jussara, onde a maioria deles reside. Os líderes do grupo, Francisco Ernani Alvino de Souza, de 35 anos, e Carlos Henrique Sounza Benevides, de 30, moram em Goiânia, mas estavam na casa de outros suspeitos no momento da prisão.

Além deles, foram detidos Iodeyve Hosé da Silva, de 23 anos, Gilson Noé da Silva, de 32, José Arnaldo Rebouças Farias Filho, de 31, Lucas Pereira Albuquerque Silva, de 21, e Cleber Moura Pereira, de 26. No momento da prisão, nenhum dos suspeitos ofereceu resistência e, posteriormente, todos os crimes foram confessados em vídeos gravados pelos policiais.

Para a execução das ações ilícitas, os bandidos furtavam ou desviavam explosivos que seriam utilizados na construção civil. Já boa parte dos armamentos era alugada de outros criminosos. “Comprar um fuzil de R$ 50 mil não era vantajoso para eles, então eles alugavam de terceiros por um valor menor”, explica Vasconcellos.

Mesmo que os criminosos tenham se especializado nas ações contra instituições bancárias, o delegado ressalta que em poucas circunstâncias os bandidos obtêm sucesso com esse tipo de ação graças aos investimentos feitos pelas empresas na segurança das próprias agências e dos caixas eletrônicos. Justamente por isso, muitas organizações do tipo dedicam-se também a outras modalidades de crime. A quadrilha desmantelada nessa operação, por exemplo, atuava com o roubo de cargas e, com isso, conseguiam manter um padrão de vida elevado.

Entre os crimes a que a quadrilha vai responder estão roubo majorado, organização criminosa, explosão e receptação. Com eles foram apreendidos carros e armamentos que estavam sendo preparados para uma nova ação.

O delegado Alex Vasconcellos também ressaltou que, somente nos últimos 60 dias, quatro quadrilhas especializadas em ataques a bancos foram desarticuladas pelas forças policiais. Estes quatro grupos, segundo o serviço de Inteligência, são responsáveis por 70% dos crimes cometidos em agências bancárias somente em 2016.
fontehttp://www.emaisgoias.com.br/policia-desarticula-quadrilha-especializada-na-explosao-de-agencias-bancarias-do-interior-de-goias

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Bombeiros resgatam homem que caiu em cisterna em Goiânia Tampa de cisterna rompeu e vítima sofreu uma queda de aproximadamente cinco metros


Bombeiros resgatam homem que caiu em cisterna em Goiânia
Tampa de cisterna rompeu e vítima sofreu uma queda de aproximadamente cinco metros

Do Mais Goiás, em Goiânia

Vítima estava com algumas escoriações e foi encaminhada paAra o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF)


Equipes do 2º Batalhão Bombeiro Militar resgataram na madrugada desta quarta-feira, 25, Genivaldo de Sousa Santos que caiu em um cisterna na Av. Anhanguera, no Setor Rodoviário.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a vítima saiu por volta das 2 horas da manhã para "fazer xixi" no quintal, quando ao pisar na tampa de cisterna, ela se rompeu e ele caiu.

Os Bombeiros fizeram a montagem dos equipamentos para retirar o rapaz da cisterna, que tinha aproximadamente cinco metros de profundidade. Usando o cinto de resgate, um militar fez desceu e içou a vítima, que estava consciente.



Genivaldo estava com algumas escoriações e foi imobilizado e encaminhado para o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF) para avaliação médica.
FONTE  É MAIS GOIAS...

O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil.



O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás[1] . Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves[2] .

O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares[3] .



Índice [esconder]
1A natureza da fonte contaminadora
2Eventos
2.1A origem do acidente
2.2O desmonte do equipamento radiológico
2.3A exposição à radiação
3A demora na detecção
4A contaminação
5Vítimas fatais e seus níveis de radiação (Gy)
5.1Outras vítimas posteriores
6Lixo atômico
7Consequências
8Revitalização da região
9Repercussão do acidente
9.1Cinema
9.2Livros
9.3Música
9.4Televisão
9.5Artigos Acadêmicos - Perspectiva Antropológica
10Referências
11Ligações externas


A natureza da fonte contaminadora[editar | editar código-fonte]

A contaminação em Goiânia originou-se de uma cápsula que continha cloreto de césio - um sal obtido a partir doradioisótopo 137 do elemento químico césio. A cápsula radioativa era parte de um equipamento radioterapêutico que, dentro deste, encontrava-se revestida por uma caixa protetora de aço e chumbo. Essa caixa protetora possuía uma janela feita de irídio, que permitia a passagem da radiação para o exterior.

Esquema do cilindro que continha oCésio, composto por: A.) um detentor de fonte radioativa (geralmente chumbo), que retém a radiação excedente; B.) um anel de retenção; C.) a fonte do composto que continha o núcleo de Césio; E.), duas tampas de aço inoxidável; F.) um escudo interno (geralmente de uma liga de tungstênio), que impede a grande saída de radiação; G.) um cilindro de material radioativo, muitas vezes, mas nem sempre de cobalto-60 . No caso do incidente era Césio-137 . O diâmetro da "fonte" é cerca de 30 mm.

A caixa contendo a cápsula radioativa estava, por sua vez, posicionada num contentor giratório que dispunha de um colimador. Este servia para direcionar o feixe radioativo, bem como para controlar a sua intensidade.[4]

Não se pôde conhecer ao certo o número de série da fonte radioativa mas pensa-se que ela tenha sido produzida por volta de 1970 pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. O material radioativo dentro da cápsula totalizava 0,093 kg e a sua radioatividade era, à época do acidente, de 50,9 TBq (= 1375 Ci).[5]

O equipamento radioterápico em questão era do modelo Cesapam F-3000. Foi projetado nos anos 1950 pela empresa italiana Barazetti e Cia. e comercializado pela empresa italiana Generay SpA.

O objeto que continha a cápsula de césio foi recolhido pelo exército e encontra-se exposto como troféu no interior da Escola de Instrução Especializada, no Rio de Janeiro, em forma de agradecimento aos que participaram da limpeza da área contaminada.
Eventos[editar | editar código-fonte]

Centro de Cultura e Convenções, erguido sobre as ruínas do Instituto Goiano de Radioterapia.

Área que abrigava o ferro-velho da Rua 26-A.
A origem do acidente[editar | editar código-fonte]

O Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) era um instituto privado, localizado na Avenida Paranaíba, no Centro de Goiânia. O equipamento que gerou a contaminação na cidade entrou em funcionamento em 1971, tendo sido desativado em 1985, quando o IGR deixou de operar no endereço mencionado. Com a mudança de localização, o equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica foi demolida, mas algumas salas - inclusive aquela em que se localizava o aparelho - foram mantidas em ruínas.[6]
O desmonte do equipamento radiológico[editar | editar código-fonte]

Foi no ferro-velho de Devair Ferreira que a cápsula de césio foi aberta para o reaproveitamento do chumbo. O dono do ferro-velho expôs ao ambiente 19,26 g decloreto de césio-137 (CsCl), um sal muito parecido com o sal de cozinha (NaCl), mas que emite um brilho azulado quando em local desprovido de luz. Devair ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta para sua esposa Maria Gabriela, bem como o distribuiu para familiares e amigos. O irmão de Devair, Ivo Ferreira, levou um pouco de césio para sua filha, Leide Das Neves, que ingeriu as partículas do césio junto ao ovo cozido. Outro irmão de Devair também teve contato direto com a substância. Pelo fato de esse sal serhigroscópico, ou seja, absorver a umidade do ar, ele facilmente adere à roupa, pelee utensílios, podendo contaminar os alimentos e o organismo internamente. No dia 23 de outubro morreram Leide e Maria Gabriela[1] . Ele passou pelo tratamento de descontaminação no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, e morreu sete anos depois.[7]
A exposição à radiação[editar | editar código-fonte]

Tão logo expostas à presença do material radioativo, em algumas horas as pessoas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarreias. Alarmados, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais.
A demora na detecção[editar | editar código-fonte]

O que restou do terreno na Rua 57, onde a cápsula de Césio 137 começou a ser desmontada.

Os profissionais de saúde, vendo os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Maria Gabriela desconfiou que aquele pó que emitia um brilho azul era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família[7] . Ela e um empregado do ferro-velho levaram a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária, que ainda permaneceu durante dois dias abandonada sobre uma cadeira. Durante a entrevista com médicos, a esposa do dono do ferro velho relatou para a junta médica que os vômitos e diarreia se iniciaram depois que seu marido desmontou aquele "aparelho estranho"[8] . Só então, no dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas. Maria Gabriela foi um dos pacientes tratados no Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiroe foi uma das primeiras vitimas da contaminação.

O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" noEstádio Olímpico Pedro Ludovico; os governantes da época escondiam a tragédia da população, que aterrorizada procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de gás.[9] Outra razão é que Goiânia sediava, na época, o GP Internacional de Motovelocidade no Autódromo Internacional Ayrton Senna e o Governador do Estado Henrique Santillonão queria que o pânico fosse instalado nos estrangeiros.[9]
A contaminação[editar | editar código-fonte]

Terreno onde estava edificado o Estádio Olímpico Pedro Ludovico

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mandou examinar toda a população da região. No total 1000 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas[1] . Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo[4] .

Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis[8] . Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito. O que foi recolhido com a limpeza foi transferido para o Parque Estadual Telma Ortegal.[4]

Até hoje todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, fato este muitas vezes não noticiado pela mídia brasileira.[10]

Após vinte e sete anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo[9] . E muitas pessoas contaminadas ainda vivem nas redondezas da região do acidente, entre as Ruas 57, Avenida Paranaíba, Rua 74, Rua 80, Rua 70 e Avenida Goiás; essas pessoas não oferecem, contudo, mais nenhum risco de contaminação à população.[10]

Em uma casa em que o césio foi distribuído, a residente, esposa do comerciante vizinho à Devair, jogou o elemento radioativo no vaso sanitário e, em seguida, deu descarga. O imóvel ficou conhecido como "casa da fossa". Entretanto, aSaneago alegou que a casa não possuía fossa, sendo construída com cisterna, para a população não pensar que a água da cidade estaria hipoteticamente contaminada.[10]
Vítimas fatais e seus níveis de radiação (Gy)[editar | editar código-fonte]
Leide das Neves Ferreira, de 6 anos (6,0 Gy, 600 REM), era filha de Ivo Ferreira e foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente[4] . Inicialmente, quando uma equipe internacional chegou a tratá-la, ela estava confinada a um quarto isolado no hospital porque os funcionários estavam com medo de chegar perto dela. Ela desenvolveu gradualmente inchaço na parte superior do corpo, perda de cabelo, danos nos rins, pulmões e hemorragia interna. Ela morreu em 23 de outubro de 1987 de septicemia e infecção generalizada no Hospital da Marinha Marcílio Dias, no Rio de Janeiro[11] . Ela foi enterrada em um cemitério comum em Goiânia, em um caixão especial de fibra de vidro revestida com chumbo para evitar a propagação da radiação. Apesar destas medidas, ainda houve um início de tumulto no cemitério, onde mais de 2.000 pessoas, temendo que seu cadáver envenenaria toda a área, tentou impedir seu enterro usando pedras e tijolos para bloquear a rua do cemitério[12] . Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado, erguido por um guindaste, devido às altas taxas de radiação[1] e para que esta fosse contida[8] .
Maria Gabriela Ferreira, de 37 anos (5,7 Gy, 570 REM), esposa do proprietário do ferro-velho Devair Ferreira e ficou doente cerca de três dias depois de entrar em contato com a substância. Seu estado de saúde piorou e ela desenvolveu hemorragia interna, principalmente nos membros, olhos e do trato digestivo, além da perda de cabelo. Ela morreu em 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após a exposição.
Israel Baptista dos Santos, de 22 anos (4,5 Gy, 450 REM), foi um empregado de Devair Ferreira que trabalhou na fonte radioativa principalmente para extrair o chumbo. Ele desenvolveu doença respiratória grave e complicações linfáticas. Acabou por ser internado no hospital e morreu seis dias depois, em 27 de outubro de 1987.
Admilson Alves de Souza, de 18 anos (5,3 Gy, 530 REM), também foi funcionário de Devair Ferreira, que trabalhou na fonte radioativa. Ele desenvolveu lesão pulmonar, hemorragia interna e danos ao coração. Morreu em 18 de outubro de 1987.
Outras vítimas posteriores[editar | editar código-fonte]
Devair Alves Ferreira, o dono do ferro-velho sobreviveu em primeira mão à exposição, apesar de ter recebido 7 Gy de radiação. Os efeitos corporais incluíram a perda de cabelo e problemas em diversos órgãos.[13] Sentindo-se culpado por abrir a cápsula, se tornou alcoólatra e contraiu câncer pela radiação, o que levou-o a morrer 7 anos depois, em 1994.[14]
Ivo Ferreira, pai da menina Leide das Neves Ferreira, teve baixa contaminação. Porém teve depressão pela morte da filha, o que levou-o a fumar em torno de seis maços de cigarro por dia e falecer por enfisema pulmonar em 2003, 16 anos depois.[14]

A Associação das Vítimas do Césio 137 afirma que até o ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram nos anos seguintes pela contaminação, decorrente de câncer e outros problemas, e cerca 1600 tenham sido afetadas diretamente.[15] Os resultados para as 46 pessoas com maior nível de contaminação estão mostrados no gráfico de barras abaixo. Várias pessoas sobreviveram, apesar das altas doses de radiação. Isto pode ter acontecido, em alguns casos, porque receberam doses fracionadas. Com o tempo, os mecanismos de reparo do corpo poderão reverter o dano celular causado pela radiação.

Gráfico de barras mostrando o resultado para as 46 pessoas mais contaminados e uma estimativa de dose. As pessoas são divididas em sete grupos de acordo com a dose.
Lixo atômico[editar | editar código-fonte]

A limpeza produziu 13.500 toneladas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1.200 caixas e 2.900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos[7] . Para armazenar esse lixo atômico e atendendo às recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAM , o Parque Estadual Telma Ortegal foi criado em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, onde se encontra uma "montanha" artificial onde foram colocados a nível do solo, revestida de uma parede de aproximadamente 1 (um) metro de espessura de concreto e chumbo.[8]
Consequências[editar | editar código-fonte]

Após o acidente, os imóveis em volta do acidente radiológico tiveram os seus valores reduzidos, pois quem morava na região queria sair daquele lugar, mas o medo da população da existência de radiação no ar impedia a compra e construção de novas habitações[7] . Além da desvalorização dos imóveis, por muito tempo a população local passou por uma certa discriminação devido ao medo de passar a radiação para outras pessoas, dificultando o acesso aos serviços, educação e viagens. Muitas lojas e o comércio que existiam antes do acidente acabaram fechando ou mudando de endereço, sobrando alguns poucos comerciantes que ainda resistiam em continuar na região.[10]
Revitalização da região[editar | editar código-fonte]

Mercado Popular da Rua 57 após a reforma.

Somente no final dos anos 90, a região começou a passar uma imagem menos "assustadora" para os novos inquilinos, através de ações do governo municipal e estadual para a revitalização da região, revalorizando as casas que estavam nas mediações do acidente.

Em questão de poucos anos, o valor das casas da região central já era entre duas a três vezes maior do que na época do acidente. No início de 2006, a prefeitura municipal de Goiânia resolveu revitalizar o antigoMercado Popular, sendo reinaugurado em novembro de 2006 com a edição 2007 da Casa Cor Goiás, com a presença de autoridades municipais e estaduais. Em fevereiro de 2007, o Mercado Popular passou a ser um ponto turístico da cidade, por possuir uma feira gastronômica todas as sextas-feiras à noite, sempre acompanhada de música ao vivo.[9]

Aos poucos, a região atingida pelo acidente vem sendo valorizada, aumentando o interesse de grandes empreiteiras construírem prédios de luxo, onde antes eram apenas casebres abandonados.
Repercussão do acidente[editar | editar código-fonte]

O acidente foi descrito em vários documentários internacionais, além de filmes, programas de televisão, canções, artigos acadêmicos e livros.
Cinema[editar | editar código-fonte]
O acidente radioativo é mencionado no premiado curta-metragem Ilha das Flores, escrito e dirigido por Jorge Furtado.
Em 1990, Roberto Pires dirigiu o filme Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia, que faz uma dramatização do acidente.[16]
Livros[editar | editar código-fonte]
O livro "Além do véu da morte" de Thiago Lucarini tem um capítulo reservado ao incidente. Nele um homem acompanha a morte e assiste ao desastre.
O livro Blindfold Game de Dana Stabenow faz uma menção ao incidente.
O conto "Witch Baby" de Francesca Lia Block menciona o acidente; muitos dos personagens foram criados a partir de um artigo que a autora leu sobre o incidente.
O livro "Goiânia rua 57 o nuclear na terra do sol" de Fernando Gabeira faz uma analise do ocorrido.
O livro "A Menina que Comeu Césio", do jornalista Fernando Pinto, descreve os acontecimentos a partir de depoimentos e relatos colhidos in loco pelo autor.
O livro "De pernas pro ar- A escola do mundo ao avesso" de Eduardo Galeano também menciona o episódio.
O livro "Radiation Narratives and Illness: The politics of memory on the Goiânia Disaster", da antropóloga Telma Camargo da Silva analisa este evento crítico.
Música[editar | editar código-fonte]
Em 1988, o cantor e compositor italiano Angelo Branduardi lançou a canção "Miracolo a Goiania" no álbum Pane e Rose. Esta canção conta o diálogo que teria ocorrido entre as pessoas envolvidas no acidente.
Em 1992, o cantor e compositor panamense Rubén Blades lançou a canção "El Cilindro" no álbum Amor y Control. Esta canção conta uma história que teria ocorrido com um dos protagonistas do acidente.
Na música "O Bandido da Lupa Vermelha", Patrick Horla faz menção ao ocorrido.
Em 1995, a dupla uruguaia Larbanois-Carrero gravou a música "Goiania" no álbum "Identidades" falando do episódio.
Em 1988, foi formado em Goiânia a banda Horrores do Césio-137(HC 137). O som da banda caracterizava-se pela pegada Hardcore e Punk-rock com letras que tratavam dos efeitos da radioatividade.
Televisão[editar | editar código-fonte]
O episódio "Thine Own Self" de Star Trek, que foi ao ar em 14 de fevereiro de 1994, apresenta algumas similaridades ao acidente.
O episódio do dia 9 de agosto de 2007 do programa Linha Direta da Rede Globo teve como tema o acidente, que completava vinte anos.
O episódio "Daddy's Boy" da segunda temporada do seriado americano House, M.D. apresenta uma trama similar à do incidente, onde o pai de um menino é dono de um ferro-velho, e dá a ele uma espécie de chaveiro feito de chumbo que é radioativo, e causa uma série de problemas à saúde do garoto.
Um episódio do desenho animado The New Adventures of Captain Planet foi escrito fazendo um paralelo com o incidente. Nele, um grupo de crianças encontram uma fonte radioativa em um equipamento médico abandonado e, consequentemente, contaminam-se, embora os heróis intervenham antes que as mortes ocorram.
Artigos Acadêmicos - Perspectiva Antropológica[editar | editar código-fonte]
"Musealização de eventos críticos: análise da tensão entre múltiplas narrativas da dor". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Publicado em: Antropologia e Patrimônio Cultural: Trajetórias e Conceitos. Organizado por Izabela Tamaso e Manuel Ferreira Lima Filho.DF:ABA.2012. pp. 497 - 525.
"Eventos Críticos: sobreviventes, narrativas, testemunhos e silêncios". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva.27ª RBA. 2010.Disponível em: <http://www.iconecv.com.br/27rba>.
"Colecionando cartões postais: os lugares constituídos em contexto de isolamento". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Visualidades. Goiânia. (UFG).V.7,2009. pp.212 - 233.
"As celebrações, a memória traumática e os rituais de aniversário". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva.Revista UFG.V. IX, 2007. pp. 12 -18.
"As fronteiras das lembranças: memória corporificada, construção de identidades e purificação

simbólica no caso de desastre radioativo". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Vivência. Natal: UFRN ,Vol.28, 2005. pp.57-73.
"Desastre como processo: Saberes, vulnerabilidade e sofrimento social no caso de Goiânia". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Publicado em Tecnologias do Corpo: Uma antropologia das medicinas no Brasil.Organizado por Annete Leibing. Rio de Janeiro: NAU, 2004. pp. 201 -225.
"Os cientistas sociais no cenário político das sessões especiais do parlamento: A documentação de um caso". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Publicado em:Políticas Públicas e Cidadania.. Organizado por Francisco Rabelo e Genilda Bernardes.Goiânia: Canone.2004. pp. 13-27.
"Bodily Memory and the Politics of Remembrance: The aftermath of Goiânia Radiological Disaster". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. High Plains Applied Anthropology. Vol.21, 2001. pp 40-52
"Soldado é superior ao tempo: Da ordem militar à experiência do corpo como locus de resistência". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Horizontes Antropológicos.Porto Alegre: UFRGS. Nº 9. 1998. pp. 119-143.
"Política da Memória: Recompondo as lembranças no caso do desastre radiológico de Goiânia". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Publicado em Memória. Goiânia: Editora da Universidade Católica de Goiás.1998. pp. 117-138.
"Corpos em perigo: uma análise sobre percepção de risco em caso de desastre radiológico". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Caxambu. XXII Anpocs. 1998. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar//libros/anpocs/camargo.rtf>
" Biomedical discourses and health care experiences: The Goiânia Radiological Disaster". Artigo da antropóloga Telma Camargo da Silva. Publicado em The Medical Anthropologies in Brazil. Berlim: VWB, 1997. pp.67-79.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Vigilante apontado como serial killer pega 26 anos por morte de estudante Júri concluiu que Tiago Henrique matou Ana Lídia Gomes, de 14 anos. Essa foi a 9ª condenação do réu por homicídio, em Goiás; defesa recorreu

Vigilante apontado como serial killer pega 26 anos por morte de estudante
Júri concluiu que Tiago Henrique matou Ana Lídia Gomes, de 14 anos.
Essa foi a 9ª condenação do réu por homicídio, em Goiás; defesa recorreu.



Vitor Santana, Fernanda Borges e Paula ResendeDo G1 GO

Vigilante é condenado pela morte de Ana Lídia Gomes (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, foi condenado, nesta segunda-feira (23), a 26 anos de prisão pela morte da estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, assassinada em agosto de 2014. O júri popular considerou que ele cometeu homicídio qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A defesa recorreu da sentença, mas a acusação não.

Essa foi a 9º condenação por homicídio contra Tiago Henrique, que responde por mais de 30 assassinatos. Preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, ele também já cumpre pena por roubo e porte ilegal de arma.

O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri. Presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, o júri foi composto por seis mulheres e um homem.

“Cada caso e cada julgamento é analisado de forma individualizada. Nesse caso, a pena foi maior devido ao alto grau de reprobabilidade da ação do réu. Em casos anteriores, as vítimas foram mortas com um disparo, mas nesse Tiago disparou quatro vezes contra a vítima, o que aumenta sua culpabilidade”, explicou Mascarenhas ao G1.

Ana Lídia foi morta em 2 de agosto de 2014 em um ponto de ônibus do Setor Conjunto Morada Nova. Ela esperava condução para se encontrar com a mãe na Feira da Lua, no Setor Oeste. Dois dos tiros atingiram o peito da menina, que morreu na hora. Após o crime, o suspeito fugiu sem levar nenhum pertence da vítima.

O promotor de Justiça Maurício de Camargos, responsável pela acusação, não recorreu da sentença. “Avalio com alegria essa sentença por perceber que o júri entendeu a mensagem que estamos passando. Eu acredito que essa pena de 26 anos foi mais pela situação da vítima, que era adolescente e estava indo ajudar a mãe no trabalho. Acredito que essa é a pena ideal devido ao que ele cometeu”, comentou.

O advogado que defende Tiago Henrique, Hérick Pereira de Sousa,discordou da decisão do júri. “Hoje um dos jurados votou pela absolvição imprópria, que é absolver impropriamente, já que Tiago deve ser levado a um manicômio. Isso mostra que os jurados estão entendendo a dúvida e as contradições que mostramos. As penas têm sido tão altas porque o réu é pobre, não tem um profissional que se disponha a fazer os exames para ajudar nesse caso”, afirmou.
Vigilante Tiago Henrique não compareceu ao 9º júri popular (Foto: Vitor Santana/G1)

Julgamento
O júri começou por volta das 8h30. Tiago Henrique não compareceu ao julgamento a pedido da defesa. Segundo o advogado, a ausência se deve a “questões de segurança”. “Achamos mais prudente que ele não estivesse, ainda por causa da agressão que ele sofreu em um júri passado”, disse Sousa.

Inicialmente foram escolhidos os sete jurados. Em seguida, prestou depoimento o motorista José Luiz Jacinto, que mora a cerca de 20 metros do ponto de ônibus onde Ana Lídia foi morta. Ele estava saindo de casa quando o crime ocorreu e viu o autor dos disparos. "Pelas características, porte físico, quem eu vi no dia do crime é idêntico ao Tiago que vi na TV", disse.

Em seguida, prestou depoimento o avô de Ana Lídia, Aloísio Gomes. Ele se emocionou ao falar sobre a neta e o dia do crime.

“Ela era alegre, sorridente, estudiosa. Sempre alimentou a esperança de viver em alegria. No dia do crime ela estava indo para a feira. Ela sempre ia com alguém de carro, aquele dia foi uma exceção, quando ela foi de ônibus. Eu não estava com ela quando isso aconteceu. Fiquei sabendo quando me ligaram falando que tinha acontecido um desastre perto da minha casa”, lamentou.

Depois de prestar depoimento, o avô de Ana Lídia saiu do plenário muito abalado e teve de ser amparado pelos familiares. O idoso deixou o fórum sem falar com a imprensa.

Após as oitivas das testemunhas, o promotor Maurício de Camargos começou a expor as teses da acusação. Como o réu não compareceu ao julgamento, ele exibiu um vídeo do depoimento de Tiago Henrique durante uma audiência de instrução para mostrar que ele "sempre se recusa a explicar os fatos e a responder perguntas".

O promotor destacou que o exame de balística confirmou que a arma apreendida com o vigilante foi a mesma usada na morte de Ana Lídia. Ele defende que a vítima foi morta por motivo torpe e não teve chance de se defender.

"Motivo torpe é algo imoral. É um cidadão sair matando quem ele nem conhece por mero prazer não é algo imoral? Já com relação à chance de defesa, a pobre moça estava sentada no ponto de ônibus para ir para a feira. Ai para um cidadão chamado Tiago Henrique na frente dela e dá quatro tiros. Que chance de defesa ela teve?", ressaltou Camargos.
O avô de Ana Lídia, Aluísio Gomes, teve de ser amparado após prestar depoimento (Foto: Vitor Santana/G1)

Após quase 1h30 de acusação, foi a vez da defesa apresentar sua tese. O advogado Hérick Pereira de Sousa, que defende o vigilante, falou ao G1 sobre qual seria sua estratégia. "Não tem como negar que o Tiago Henrique não matou a Ana Lídia, as provas são claras. Mas o que a defesa vai tentar explicar é o que leva o Tiago a cometer esses atos. E mostrar que ainda há falhas nos exames para determinar se ele é ou não um psicopata", disse o defensor.

Ele sustentou o argumento de que existem falhas e contradições no processo contra o vigilante. "Estudos dizem que o serial killer tem uma característica que é a ausência de motivo para os crimes. Nos processos, eles colocam vários motivos para o crime, como ódio ou prazer. Isso tudo é contraditório. Se não se sabe o motivo, não tem motivo, então não pode ser julgado como motivo torpe", ressaltou.

Ainda falando sobre as qualificadoras, o advogado argumentou que não houve impossibilidade de defesa. "Tinha que ser um ataque sorrateiro, de surpresa. Nesse caso, o Tiago chegou frente a frente, parou a moto, exibiu a arma. Ela sabia o que podia acontecer. Nas fotos mostradas pelo promotor, dá para ver um ferimento escuro na mão da vítima. Isso mostra que o Tiago ainda se aproximou, que ela tentou se defender. Então, não existe a qualificadora de agressão repentina", defendeu.

"Se há dúvida, não condenem, absolvam. Se isso acontecer, o juiz terá que determinar uma medida de segurança, que poderia ser colocá-lo [Tiago Henrique] em um manicômio por tempo indeterminado. Se vossas excelências o condenarem, ele pode cumprir sua pena e poderá continuar matando, dentro e até fora da cadeia", argumentou o advogado.

Logo depois, a acusação pediu o direito à réplica."A defesa diz que a Ana Lídia deveria se defender, que ela não foi apanhada de surpresa porque viu o Tiago chegando e, por isso, não tinha que ter qualificadora. Essa argumentação é do mesmo nível que falar que ele é um pobre coitado e que há uma teoria da conspiração contra ele. As qualificadoras não são por capricho ou só vontade de aumentar a pena. As qualificadoras estão lá no processo e foram provadas. E, além disso, acatadas pelo juiz", declarou o promotor Maurício de Camargos.

Na tréplica, Hérick Pereira de Sousa reforçou a tese de que as qualificadoras devem ser desconsideradas. "A vítima viu o Tiago chegar. Ela não é obrigada a fazer nada, mas ela teve a chance de se defender. Então, para configurar essa qualificadora, tem que ficar comprovado que ela não esperava e não teve nem chance de fazer nada. Nesse caso, ela teve. Ela chegou até a colocar a mão na frente", disse o afvogado.

Condenações
Até a tarde desta segunda-feira (23), o vigilante apontado como o serial killer foi condenado por nove homicídios. Preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, ele já cumpre pena por roubo e porte ilegal de arma e é acusado por mais de 30 mortes.

Confira a relação das condenações do vigilante.
Familiares acompanharam emocionados o julgamento (Foto: Vitor Santana/G1)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Com muita tristeza que venho comunicar o Falecimento do Sub tenente PMSP Clovis. Para quem o conheceu pessoalmente sabe que perdemos um grande lider e articulador idealizador não só da Pec 300 mas um grande Guerreiro que muito labutou por Justiça aos Policiais não só de São Paulo mas de todo o Brasil.

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Com muita tristeza que venho comunicar o Falecimento do Sub tenente PMSP Clovis. Para quem o conheceu pessoalmente sabe que perdemos um grande lider e articulador idealizador não só da Pec 300 mas um grande Guerreiro que muito labutou por Justiça aos Policiais não só de São Paulo mas de todo o Brasil.

O subtenente Clóvis Oliveira, idealizador da PEC 300; 446 e 195. As propostas defendem melhores condições de vida e de trabalho para os servidores da segurança pública brasileira. Conhecido pela garra na defesa de seus ideais, subtenente Clóvis será sepultado hoje dia 23 de maio, às 10h 30min, no Cemitério Horto Florestal, em SP.


Juntamente com guerreiros que empunharam a bandeira das causas da Segurança Publica na Camara Federal e às diversas associações do Brasil, que se manifestam-se lamentando a perda do defensor dos policiais e bombeiros militares.