Força Nacional de Segurança vem para fazer o serviço que a PC não dá conta, aliás, aqui em Goiás alguns delegados não acham nem pequi no arroz, mas gosta de prender PM. Há isso eles gostam mesmo.
Delegado Rogério Santana explica “pedido tardio” de ajuda
Intenção é que profissionais investiguem2.950 homicídios que estão parados em delegacias. Homens da Força Nacional de Segurança (FNS) serão enviados a Goiânia para atuar na investigação e elucidação dos inquéritos de homicídios ocorridos até o ano de 2008 e que estão parados. Conforme cálculo da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO), existem 2.950 casos de assassinatos sem autoria identificada em Goiás até essa data. Eles precisam ser concluídos para o Estado cumprir a Meta 2 da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que discorre sobre o combate à impunidade. O auxílio da Força foi requisitado em fevereiro deste ano pelo governo estadual e vem para tentar suprir a ausência de estrutura suficiente para dar continuidade aos inquéritos.
Em janeiro, o POPULAR mostrou que Goiás ocupava a segunda colocação entre os que apresentavam pior evolução no cumprimento da Meta 2. Até então, o Estado só tinha finalizado 12% dos casos ocorridos até 2008, atrás somente de Minas Gerais, com 11,4%. O chefe de gabinete da SSP, delegado Rogério Santana, explica que o “pedido tardio” de ajuda da Força Nacional só foi feito este ano, porque existia a estimativa de que em 2013 fossem registrados 20% mais casos de homicídio do que em 2012. Ele diz que existia, com o verbo no passado, porque, em fevereiro, o Estado passava por período crítico e, agora, finalizou junho com queda de 23%, comparado a maio.
A Segurança Pública comemora a redução, mas sabe que cautela nunca é demais em se tratando de homicídios. Se a estimativa de 20% de aumento se tornar realidade, é de se imaginar que o número de casos para investigar será maior que a capacidade da PC. A solicitação de ajuda da FNS foi um reconhecimento de que a estrutura não é suficiente para tantas investigações. Só em Goiânia, este ano, já ocorreram 264 homicídios e a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), que atua na capital, é responsável hoje por 1,8 mil inquéritos de crimes que ocorreram só de 2008 para cá.
A expectativa é de que o grupo só esteja liberado para agir em Goiânia depois da 28º Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorrerá entre 23 e 28 de julho no Rio de Janeiro. Ao contrário do que ocorre nas cidades do Entorno do Distrito Federal, onde o policiamento é ostensivo, na capital será investigativo, focado na perícia técnica, setor carente de investimento em Goiás.
Pode ser que dentre os inquéritos sem solução apareçam os de desaparecidos denunciados pelo POPULAR em janeiro de 2011. Muitos dos supostos assassinatos ocorreram antes de 2008, a exemplo de Carlos Antônio, filho de Maria Aparecida Silva e que está sumido desde 2007. Questionado, Rogério Santana disse que todos os casos que resultaram em morte serão investigados, independente se são de autoria policial ou não.
Iniciativa é valida, diz promotor
O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAO Criminal) do Ministério Público de Goiás (MP/GO), o promotor Vinícius Marçal, considera como válida a iniciativa do Estado em solicitar ajuda da Força Nacional, mas frisa que isso é reflexo do problema estrutural cada vez mais crônico e da ausência de investimentos. Ele pontua, além do déficit de policiais e da quantidade insuficiente de investigadores, que hoje é comum ocorrer desvios de função. “Muitos agentes são encarregados por fazer vigilância de cárcere, o que não devia nem existir, porque delegacia não é local de preso ficar”, expõe.
A representante da Universidade Federal de Goiás (UFG) no Conselho Estadual de Segurança, professora Bartira Macedo, vai além e defende a autonomia financeira do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML). “Eles precisam ter verba própria”, diz ela, que argumenta que são equipes muito pequenas para atender uma quantidade vasta de crimes.
Rondônia: Operação desmantela esquema
Porto Velho – Numa ação que envolveu cerca de 500 policiais e 120 viaturas, a Polícia Civil de Rondônia deflagrou ontem, em Porto Velho, a Operação Apocalipse - que desmantelou um esquema de estelionato, tráfico de drogas e falsificação de documentos que movimentou R$ 80 milhões em nove Estados. Do esquema participavam cinco deputados estaduais – entre eles o presidente da Assembleia, Hermínio Coelho (PSD) – e cinco vereadores. Só em Rondônia a quadrilha movimentou R$ 33 milhões.
Na operação, os policiais foram divididos em 101 equipes que cumpriram 229 medidas cautelares – 77 mandados de prisão, 73 mandados de busca e apreensão e 79 mandados de indisponibilidade de bens. Entre os bens estão 200 carros e 25 imóveis. A lista inclui 30 empresas que eram usadas para lavar dinheiro. No total, foram investigadas 98 pessoas físicas e 27 jurídicas. O nome da operação, Apocalipse, é referência ao último livro da Bíblia. Fonte: O Popular