Novo bispo da Diocese de Formosa toma posse mais de um ano após operação que apurou desvios de R$ 2 milhões
Nomeado pelo Papa Francisco, Dom Adair José Guimarães tomou posse durante missa. Ele assume após antigo titular do cargo e mais oito pessoas, incluindo padres, serem presas na Operação Caifás, em 2018.
Por Sílvio Túlio, G1 GO
Dom Adair José Guimarães da Diocese de Formosa toma posse após operação que apurou desvios de R$ 2 milhões — Foto: Reprodução/FacebooK
Mais de um ano após a realização da Operação Caifás, que investigou desvios de R$ 2 milhões na Diocese de Formosa, no Entorno do DF, o novo bispo da cidade assumiu o cargo neste sábado (1º). Nomeado pelo Papa Francisco, dom Adair José Guimarães assumiu o carro durante missa realizada na catedral do município.
Guimarães sucede dom Paulo Mendes Peixoto, bispo de Uberaba (MG), que havia sido nomeado administrador temporário até a escolha do titular do cargo. Este, por sua vez, ocupou o posto de dom José Ronaldo, um dos nove presos em março de 2019, quando o Ministério Público deflagrou a operação. Todos sempre negaram os crimes.
Natural de Mara Rosa, no norte de Goiás, Guimarães tem 58 anos e chefiava, até então, a Diocese de Rubiataba-Mozarlândia. Ele é formado em filosofia, teologia e pós-graduado em direito canônico.
Ativo nas redes sociais, ele postou, nos últimos dias, fotos da despedida de fiéis de sua antiga diocese.
Dinheiro foi apreendido em fundo falso do guarda-roupa do vigário-geral durante Operação Caifás — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
Investigações do Ministério Público feitas a partir de denúncias de fiéisapontaram que 11 pessoas usaram o dinheiro para comprar uma fazenda de gado, uma casa lotérica e carros de luxo.
Além do bispo, quatro padres, um monsenhor e funcionários administrativos também foram presos. Quase um mês após as prisões, o grupo conseguiu habeas corpus e deixou a prisão. Na porta do presídio, eles foram recebidos com festa e uma salva de palmas pelos fiéis.
Em setembro do ano passado, o Papa Francisco acolheu pedido de renúncia de dom José Ronaldo.
O caso já passou por algumas audiências na Justiça. A última, porém, marcada para o dia 29 de março, foi adiada devido a morte de um dos investigados, o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral da diocese.
Uma nova sessão está agendada para o dia 28 de junho.
Dom José Ronaldo renunciou após a operação — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
FONTE G1