Policial relata tensão para libertar
criança: 'Sequestrador se revoltou'
Antes de atirar, polícia tentou dar água com sonífero para suspeito.
Menino de 3 anos foi mantido refém por 4h30 na rodoviária de Jataí, GO.
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A polícia definiu como muito tensa a negociação para libertar o menino de 3 anos que foi mantido refém por 4h30, no Terminal Rodoviário de Jataí, na região sudoeste de Goiás, na manhã desta sexta-feira (8). Um dos piores momentos, segundo policiais ouvidos pelo G1, foi quando um negociador tentou dar água com sonífero para o suspeito. “Ele sentiu um gosto na água e ficou revoltado. Foi uma situação de crise que tivemos que contornar”, contou o comandante do Corpo de Bombeiros de Jataí, Wagmar Costa Franco.
O sequestrador, ainda não identificado, foi imobilizado, por volta das 11h30, após ser atingido por um disparo de arma de choque. Ele ameaçava cortar o pescoço do menino com uma faca (veja vídeo acima). A criança foi feita refém por volta das 7h, quando estava com a avó no terminal rodoviário. Eles saíram de Uberaba (MG) - onde, segundo a polícia, a família mora - e viajavam para Cassilândia (MS). Ainda não se sabe o motivo do crime.
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Segundo o comandante Franco, o suspeito estava drogado. “Tudo leva a crer que ele tinha consumido crack. Ele teve momentos de alucinação característicos de quem usa essa droga. Tivemos que ter muito cuidado durante o tempo todo devido ao estado dele”, explicou Wagmar Franco.
De acordo com ele, o sequestrador - que passou 4h30 com a criança refém no colo - começou a apresentar sinais de cansaço no fim da negociação. “Ele não aguentaria muito tempo, estava cansado, tanto que começou a afastar um pouco a criança do corpo dele”, comentou o comandante.
Foi em um momento de descuido do criminoso que o Grupo Tático atirou no criminoso com uma arma de choque, afirmaram os policiais. A situação foi resolvida logo depois que a operação ganhou reforço de profissionais de Goiânia, por volta das 11h.
Policiais de Jataí providenciaram roupas comuns para que negociador e agentes do Grupo Tático da Polícia Civil, da capital, agissem sem assustar ao sequestrador. Em um momento de descuido do criminoso, um policial do agrupamento especial atirou com uma arma de choque. O suspeito foi levado para a delegacia de Jataí, onde está detido.
Segundo policiais que participaram da operação, a criança chorava bastante nas primeiras horas do sequestro, e o sequestrador a assustava ainda mais mandando-a calar a boca. Apesar de não ter se ferido, o menino foi levado para ser atendido no Hospital Municipal de Jataí, acompanhado pela avó.
Reforço
A operação montada para negociar com o suspeito envolveu representantes de diversos órgãos, inclusive do Grupo Tático de Goiânia. Foram para o local representantes das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, Samu e Corpo de Bombeiros, além de dois juízes.
A operação montada para negociar com o suspeito envolveu representantes de diversos órgãos, inclusive do Grupo Tático de Goiânia. Foram para o local representantes das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, Samu e Corpo de Bombeiros, além de dois juízes.
Um helicóptero do Corpo de Bombeiros chegou a Jataí, por volta das 11h, levando policiais da capital para ajudar nas negociações e, caso fosse necessário, agir na rodoviária. A tripulação era composta por homens da Companhia de Operações Especiais da Polícia Civil (GT3), responsável por ações táticas em ambientes confinados. Junto com o grupo, viajou um coronel que é negociador da Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
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